PokerStars e Full Tilt suspenderam jogos a dinheiro em países sem regulamentação definida
Pouco depois de incluir jogos de cassino no PokerStars no mercado espanhol, a nova administração do PokerStars e Full Tilt Poker tomou mais uma atitude até então impensável.
Sem qualquer aviso a seus jogadores, no dia 1º de outubro as novas salas de poker do grupo Amaya Gaming se retiraram de quase 30 países, que são:
Afeganistão, Arábia Saudita, Bangladesh, Bahrain, Coréia do Norte, Cuba, Egito, Emirados Árabes Unidos, Irã, Iraque, Jordânia, Quênia, Kuwait, Malásia, Moçambique, Mianmar, Nigéria, Paquistão, Qatar, Rwanda, Senegal, Sudão, Síria, Tanzânia, Yemen, Zimbabwe, Território Ocupado da Palestina e Vaticano.
A empresa ainda não se pronunciou oficialmente à imprensa, mas
jogadores afetados receberam a seguinte resposta ao tentar logar no
PokerStars:
“Nossa equipe administrativa e consultores revisam nossas operações
em todos os mercados para avaliar oportunidades e riscos para nossas
marcas. Seguindo um review recente nós decidimos parar de oferecer jogos
a dinheiro real para jogadores fisicamente baseados ou com endereço
registrado em um número limitado de países.”
A sala afirmou ainda que os fundos destes jogadores estão prontamente
disponíveis para saque, mas não há informações sobre seus Frequent
Player Points (FPPs).
Com a falta de informações da parte
do grupo Amaya Gaming e do PokerStars, podemos apenas especular os
motivos reais para esta ação.
Grande parte destes países tem em
comum a religião, sendo a maioria países muçulmanos em que,
consequentemente, as apostas são proibidas segundo o Alcorão, apesar de
haver países muçulmanos onde os jogos de apostas são permitidos, como o
Egito. Apostas também são proibidas no Vaticano, país sede da religião
católica. Mas apesar deste religioso, não há legislação
específica sobre jogos de apostas em muitos destes países, o que explica
o motivo de o PokerStars e Full Tilt operarem nestes mercados até
agora.
Entre as explicações possíveis, estão questões financeiras, como diz a versão portuguesa do site PokerNews, que afirma que por ser uma empresa aberta em bolsa de valores, a Amaya não quer desvalorizar suas ações, que subiram 309,56%.
Há aqueles que acreditam que a ação esteja relacionada às tentativas
do PokerStars em retornar ao mercado dos Estados Unidos, mas não há
qualquer evidência de que a saída de países não regulamentados seja um
passo necessário para a aceitação americanos onde o jogo é legalizado.
Sendo assim, é mais provável que a saída destes mercados tenha a ver
com a nova legislação inglesa sobre jogos online, que coincidentemente
(ou não) entrou em vigor também no dia 1º de outubro.
De acordo com a nova lei, empresas de apostas licenciadas no mercado
inglês devem justificar legalmente sua presença em países onde não há
legislação específica e que representem mais 3% ou mais de seu
rendimento bruto. Em mercados que contribuem com menos de 3% para o
rendimento das empresas – como é o caso dos países citados acima – é
necessário apenas mostrar que não estão operando ilegalmente.
Mesmo que estes países não estejam dentro da faixa estipulada pela
legislação britânica, é possível que a Amaya Gaming tenha se retirado
para evitar problemas futuros e não arriscar perder o importante mercado
inglês.
Isso também está sendo motivo de preocupação para jogadores
canadenses, país sede da Amaya gaming onde também não há legislação
sobre os jogos online e que certamente representa mais de 3% do
faturamento do PokerStars – assim como o mercado da América Latina.
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