5 Técnicas Infalíveis
pra Você Controlar o Tilt
Por Caio Pessagno
Não importa se você é profissional ou recreativo, ficar “tiltado” resulta sempre na mesma cena: suas fichas indo pras mãos de outra pessoa.
Todo mundo que jogou poker na vida já tiltou. É simplesmente impossível você não sentir nada quando o baralho te dá uma paulada bem dada.
Por isso, sempre me preocupei em desenvolver meu controle emocional. Para um jogador profissional, tiltar é a mesma coisa que rasgar dinheiro. A capacidade de controlar o tilt tem resultado direto na lucratividade.
Hoje, milhões de bad beats depois, tenho orgulho do meu controle de tilt.
Eu sei o quanto foi difícil aprender a me controlar assim. Por isso, separei pra esse artigo os cinco motivos que me fazem não tiltar mais. Minhas 5 técnicas infalíveis pra você controlar o tilt:
1. SABER A VERDADE
Existe uma única verdade absoluta no poker: o longo prazo. Você precisa pensar a longo prazo, porque todo dia você vai tomar bad beat inúmeras vezes.
Algumas delas em momentos cruciais do torneio e justamente contra um jogador que está te irritando por algum motivo qualquer. Isso vai acontecer TODO dia, sem exceção.
Se não entender que isso faz parte do seu dia a dia e que no fim a matemática vai trabalhar ao seu favor, você nunca vai controlar o tilt. Sem saber perder, não dá pra ser jogador de poker.
2. O MANTRA

Todo dia de manhã saio pra correr ou fazer alguma outra atividade física. Enquanto corro, já planejo como será meu dia de grind, que torneios vou jogar, até que horas vou registrar, etc. É nessa hora que começo a me preparar pras bad beats.
Digo isso pra mim mesmo: “Hoje eu vou tomar bad beat e não vou queimar” (“ficar queimado” é um termo que usamos no poker para “perder a cabeça”).
Faço quase uma meditação: “Por mais dolorosa que seja a bad, vou respirar fundo e seguir em frente como se nada tivesse acontecido. Eu não vou queimar!”
É fundamental saber que as bad beats vão acontecer em algum momento e que você vai ter de lidar com elas.
3. UM DIA DE CADA VEZ
Muitos dias comecei a jogar às 13h e às 17h já tinha tomado várias bad beats e caído de quase todos os torneios. Pra piorar ainda aparece a galera agitando de ir pro bar, e aí é fácil pensar “vou explodir essas duas telas e ir pro bar…”.
Esse é o momento de lembrar o que planejei fazer, o que mentalizei pra aquele dia e manter o foco. Quantas vezes mantive meu planejamento e recuperei o prejuízo ou até saí com lucro no dia?
Ao criar metas diárias, mesmo bestas como “hoje eu não vou queimar!”, você se motiva mais fácil.
Chegar ao final de um longo dia de grind com suas metas alcançadas tem um gostinho delicioso. E esse é o sabor da certeza de que você está no caminho certo… o caminho do longo prazo.
4. FAZ DE CONTA
Não importa o quanto você esteja preparado, a primeira reação à bad beat é de raiva. Não sou de ferro, é claro que às vezes ainda me pego xingando o mundo querendo quebrar tudo.
Você pode até xingar, espernear, mas se já sabe que isso faz parte da sua rotina, ficar “tiltado” é burrice, concorda? É rasgar dinheiro.
Depois de uma pancada dolorida você precisa de uns 30 segundos pra reclamar da vida, lamentar a bad, lembrar que aquilo faz parte do trabalho, esquecer aquela jogada e se concentrar nas próximas, nas outras telas, que é onde está o resto do investimento.
Pra esse momento mais tenso, criei a técnica do “faz de conta”. É simples, eu digo: “faz de conta que ele tinha tal mão [melhor que a minha] e segurou”.
Pronto, foi apenas mais uma das centenas e centenas de mãos daquele dia. O pessoal aqui no QG já me ouviu falando isso muitas vezes, hahaha! Dá muito certo!
5. ESSA NÃO FOI SUA ÚLTIMA CHANCE
Antes de ganhar o bracelete na WSOP, o Thiago Decano já tinha feito duas mesas finais. Nas duas ele chegou bem perto, mas não ganhou. Só que ninguém nunca viu o Decano reclamando que o universo não conspirou ao seu favor quando ele teve a chance.
Pelo contrário, o cara continuou trabalhando forte para evoluir porque sabia que, mais cedo ou mais tarde, teria outra oportunidade. Ela chegou ano passado e ele estava pronto. Atropelou todo mundo e se tornou o terceiro brasileiro a vencer um torneio da World Series. O sonho realizado!
Então, assim como essa não será a primeira nem a última vez que o baralho vai te pregar uma peça, também não será sua última oportunidade. Hoje você tomou uma bad beat na bolha do torneio, mas na próxima vai segurar e você vai chegar chip leader na mesa final! Esteja preparado pra esse momento!
Assim é no poker, assim é na vida. Não importa se você é médico, advogado, publicitário, empresário, estagiário… todo mundo passa por altos e baixos tem de enfrentar e superar suas dificuldades.
O segredo é não desistir!
Com dedicação e disciplina, os resultados vão aparecer naturalmente. Tudo tem seu tempo!
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