quinta-feira, 7 de maio de 2015

O Poker é, Comprovadamente, um Esporte Mental


O Poker é, Comprovadamente,
um Esporte Mental


Por André Akkari


Você que pouco ouviu falar em pôquer ou que mesmo tendo ouvido falar ainda se julga carregado por um certo "preconceito" quando ouve esta palavra, não se preocupe, é normal, muitos se sentiam assim também antes de conhecer o pôquer. Até eu tinha dúvidas antes de embarcar nesta carreira.

Graças a muito esforço dos entusiastas deste esporte, hoje em dia o pôquer é reconhecido como esporte mental e como jogo de habilidade em praticamente todos os países do mundo, pelo menos nos que se dispuseram a entendê-lo e discuti-lo.

Vamos lá!

Para explicar por que o pôquer é esporte vou dividir em dois tipos de explicações para você que ainda não nos conhece direito, as primeiras argumentações mais simplistas e o segundo bloco mais técnico, mas não muito, o suficiente para novatos neste esporte entenderem.

Se você acompanhar os torneios de pôquer verá que em muitas, mas muitas situações, você verá os mesmos jogadores nas mesas finais. São torneios de mais de 1.000 pessoas e você acaba sempre vendo um grupo de aproximadamente 70 a 80 jogadores sempre ganhando ou chegando longe nos torneios. Este número é mais ou menos a quantidade de profissionais de alto nível, batalhão de elite, que corre o circuito mundial em todas as suas etapas.

Outra informação da parte simples da explicação é a seguinte, em um jogo de azar, que é normalmente o que as pessoas pensam que é a categoria em que o pôquer se encaixa, nada do que os jogadores fizerem irá alterar o resultado daquela rodada, ou partida. Por exemplo, quando você joga roleta, um típico jogo de azar, você pode traçar estratégias, inventar táticas, rezar, virar cambalhota, nada irá mudar o resultado randômico que aquela bolinha irá buscar. No pôquer não, quem define o resultado de uma mão são as ações dos jogadores na mesa.

Em todos os jogos de azar, você participa da disputa sempre contra a banca, como em 100% dos jogos de cassino, você sempre enfrenta a casa. Em todos os jogos de azar, os ODDS, ou seja, as suas chances e as do cassino já estão pré determinadas, você terá na roleta por exemplo escolhendo apostar em uma cor, 47% de chances de ganhar, contra 53% do cassino. Sempre eles têm a vantagem. No pôquer, não, você sempre joga contra os outros jogadores, nunca contra uma banca, seja on-line ou ao vivo, você sempre enfrenta pessoas como você, assim como em qualquer esporte. Suas decisões, estratégias, habilidades, ou falta delas, irá definir se você sairá de uma sessão perdedor ou vencedor.

Agora vamos para a parte um pouco mais técnica.

No pôquer, 76% das mãos que são jogadas não chegam até a última carta comunitária, o river. O quê isto significa? Que os profissionais ganham as fichas sem ao menos os amadores verem quais cartas eles têm. O jogo vai se formando nas cartas comunitárias, flop, turn e river, e você vai acreditando que você tem a pior mão e abandona aquele pote, deixando como vencedor o seu oponente. Você pensa que ele tem um jogo forte, mas na maioria das vezes você foi blefado, ele nem mesmo irá mostrar as cartas dele.

É mais ou menos como se eu fosse jogar tênis contra o Nadal, não ia ver nem a cor da bola!

Existe um orgão mundial de esportes da mente denominado IMSA, que em 2010 acatou o pedido da Federação Internacional de Pôquer e colocou o pôquer como membro convidado do seu pelotão, ou seja, o reconheceu como esporte mental.

Laudos e mais laudos espalhados pelo mundo todo dentro das maiores universidades como Harward e Cambrigde acatam o pôquer como um esporte mental, e vão além, reconhecem no pôquer um elemento importante para o estudo do comportamento humano e da forma com que as pessoas se relacionam. Em alguns casos, como em Harward, o pôquer foi colocado como disciplina obrigatória na formação dos seus alunos.

O elemento randômico no pôquer existe, ou seja, ninguém consegue definir qual a ordem que será colocado pós embaralhamento de 52 cartas. No curto prazo ele pode alterar algum resultado que deveria ser determinado pela habilidade. Mas quando você insere volume nesta fórmula, ou seja, em um conjunto de mãos, um conjunto de torneios, este elemento randômico sucumbe à habilidade em 100% e o fator sorte desaparece. Mas aí você pode pensar, "viu, tem sorte envolvida". Não, amigo. O elemento randômico está presente em todos os esportes, 100% deles. Eu mesmo, enfrento o Nadal, posso acertar uma só raquetada que faça o ponto nele, uma bola que bata na rede e pingue do outro lado, um carro de Fórmula 1 quebrado, um chute na Copa do Mundo no jogo Egito contra Alemanha que o meia esquerda do Egito do meio da rua enfie a bola no ângulo... Entretanto, a hora que você, em todas estas situações, coloca volume, aí o elemento randômico desaparece. 

No pôquer, o corpo fala, assim como na vida, pessoas falam com a boca e com o corpo a todo momento, em suas relações familiares, comerciais, profissionais em geral, e isto é uma outra habilidade que o jogador de pôquer produz e agrega a sua parte técnica e tática da mesa, o transformando em uma máquina do conhecimento do ser humano, diminuindo ainda mais as chances de novatos no volume pequeno e as anulando em volumes médios e grandes.

Mas aí você pode se perguntar, por que um novato jogaria? Se um profissional no médio e longo prazo sempre ganha?

A resposta é simples, por que você joga futebol? Tênis? Ou corre de kart? Mesmo não sendo um profissional. Simplesmente porque é um tesão e faz bem!

Exatamente isto, praticamos esporte por que nos dá prazer, adrenalina, e faz bem para a saúde. Jogar pôquer faz bem para a mente e para o corpo. Você exercita o cérebro com pensamentos lógicos e o excita por meio da adrenalina de um grande blefe. Hoje, são milhares e milhares de home games, jogos organizados entre amigos por todo o Brasil, pessoas se divertindo. Pessoas de todas as idades, sexo, cor, crença, com deficiência visual, corporal, o pôquer alegra a todos.

Como qualquer atividade esportiva ele deve ser praticado com cuidado, sem exageros. Os torneios de pôquer possuem valor de entrada pré definido, e todos recebem as mesmas quantidades de ficha, portanto, você e o Bill Gates entram na mesma situação, vai ganhar quem for mais hábil e ficar com todas as fichas do torneio.

Já fiquei com todas as fichas do torneio em mais de 300 oportunidades, e posso atestar que não existe felicidade maior, entre elas, o título de campeão mundial da Série Mundial de Pôquer, em Las Vegas (WSOP), que me rendeu um bracelete, um orgulho para mim, para a minha familia e amigos e para os brasileiros que gostam de pôquer. Um orgulho para o Brasil. 

"Pratique pôquer, exercite sua mente. Garanto que você não vai se arrepender!"

André Akkari com o Bracelete da WSOP


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