quinta-feira, 30 de março de 2017

Heads Up Poker em 2005

National Heads Up Poker Championship 2005.
Primeira temporada do National Heads-up Poker Championship em 2005 com um lendário duelo final. Doyle Brunson, Daniel Negreanu, Antonio Esfandiari, Henry Orenstein, Chip Reese, Barry Greenstein, Lee Salem, Todd Brunson, Erick Lindgren e muito mais.

Aproveite o show.







quarta-feira, 29 de março de 2017

Blefes e Equidade


BLEFES E EQUIDADE



Por: Danilo Telles

A maioria dos jogadores de NL não fazem blefes puros – eles blefam com mãos que tem equidade (ou semi-blefe). Vou dar alguns exemplos para nos guiar conforme seguimos adiante.

Exemplo 1: Blefe puro

Jogador TAG em MP abre e você paga com 2♥ 2♦ no Small Blind. O Big Blind dá fold e você vê o flop 4♥ 8♦ 9♠. Você dá check, o TAG dá c-bet e você dá check raise.

Equidade: Se o vilão tiver top pair ou over-pair aqui, você tem aproximadamente 8% de equidade.

Ponto chave: Se o vilão continuar, você desistirá da mão.

Exemplo 2: Mãos não-feitas com Grande Equidade

Jogador TAG em MP abre e você paga com A♦ Q♦ no BB. O flop vem T♦ 2♦ 4♠. MP aposta e você dá c/r.

Equidade: Você é o favorito contra mãos do tipo um par (sem ás de kicker). Contra AsTs você tem 46% de equidade no flop. Até mesmo contra K♦ K♠ você tem 44% de equidade. No pior cenário você está enfrentando um set, mas ainda assim você tem 26% de equidade.

Se ele der reraise, é improvável que você desista da mão. Então… se você não irá desistir da mão, não está realmente blefando – você está apenas jogando sua equidade nessa situação.

Exemplo 3: Blefando com Equidade Marginal

Aqui temos alguma área cinza. Por exemplo, você pega Q♦ J♦ no Big Blind e paga um raise do MP (não estou dizendo que esta é uma jogada vencedora, mas para este exemplo, vamos assumir que sim).

O flop vem 8♦ 9♥ 5♠. Você dá c/r na c-bet do MP. Aqui você tem um gutshot para o nuts, backdoor flush e overcards que serão potenciais outs.

Equidade: Contra uma mão como A♣ 9♣ você tem 41% de equidade. Contra mãos como KK você tem apenas 23% de equidade.

Se o vilão pagar seu c/r, você ainda pode continuar em vários turns, mas sua mão não será nem de perto tão forte quanto a do último exemplo – se o vilão der 3-bet neste flop você terá que desistir.

Resumindo:

Basicamente, a menos que seu jogo inclua um monte de blefes puros (como no exemplo 1) e blefes com equidade marginal (como o exemplo 3), você deve jogar muito tight fora de posição.

A razão principal para isso é que na maior parte do tempo você e seu oponente errarão o flop (ou ambos terão mãos fracas), e quem estiver em posição vai acabar levando o pote. Então se você estiver pagando com mãos como A♠T♠ e só jogar o pós-flop se acertar, você começará a perder dinheiro lentamente, e em algumas situações perderá toneladas.

Artigo traduzido, publicado originalmente no fórum norte-americano Two Plus Two.


terça-feira, 28 de março de 2017

Quando a maré não está para Fish




Quando a maré não está para fish


Diferenças entre jogar mal e se dar mal


Por Ed Miller



Você acaba de jogar quatro horas de no-limit hold’em em uma mesa de $1-$2. E perdeu $300. Você jogou mal? Ou simplesmente sua maré é que não está para peixe? Provavelmente, um pouco de cada. Pode ser distinguir separar “jogar mal” de “se dar mal” logo após a sessão terminar. Porém, se você quiser aprender com seus erros, vale a pena separar uma coisa da outra.

Há um monte de maneiras de as coisas não darem certo para você durante a sessão de poker, muitas delas são sutis. Não vou lhe ensinar, aqui, a racionalizar seus resultados ruins. Pelo contrário, entender como o fator sorte funciona em nosso esporte mental permite que você visualize melhor o que é ou não possível controlar. Vamos dar uma olhada em coisas que acontecem quando a maré não está, digamos, para “fish”...

Oponentes acertam cartas contra você

Essa é óbvia. É o “se dar mal” que dá na cara. Você vai all-in no turn com uma trinca maior contra uma trinca menor, e o sujeito acerta o único out no river, completando a quadra. Parceiro, isso é BBB: bad beat brutal.

Você não acerta nenhuma ou quase nenhuma mão por um tempo

“Eu não recebi um único par em quatro horas!” Acontece. “Eu tinha A-K ou A-Q sete vezes e não acertei nenhum parzinho!” Idem. Essa é óbvia. Nem vou me dar ao trabalho de aprofundar o assunto. 

Seus oponentes acertam mãos contra você

Essa aqui já sutil e frustrante. É diferente do primeiro tópico. Não é que você esteja colocando bem o dinheiro no pote e a carta errada aparece: em vez disso, seus oponentes estão simplesmente acertando mais mãos do que o normal.

Você dá raise de três big blinds pré-flop e toda vez alguém volta reraise. O jogo está hiperagressivo? Talvez, mas não se esses três reraises tiverem sido os únicos da última hora. Você simplesmente bateu de frente com mãos grandes três vezes. Isso é o que acontece quando a maré não está para peixe.

Você dá raise pré-flop com K-J e consegue dois calls. O flop vem 10-7-5. Os que pagaram dão check, você aposta, e um jogador dá call. O turn é um 7, e seu oponente faz uma aposta alta. Você se deu mal. Ponto.
Você dá raise pré-flop seis vezes em uma hora e meia, não acerta o flop nenhuma vez, e um oponente dá call ou raise na sua continuation bet. É frustrante pra caramba. E na maioria das mesinhas baratas, quase sempre é sinal de que você apenas se deu mal.

Agora você dá raise pré-flop com Q-Q, e o big blind paga. O flop vem J-9-3. Seu oponente dá check, você aposta, ele paga. O turn é um ás. Ele dá check, você aposta de novo, ele dá check-raise...

Esta forma específica de atolar a charrete pode ser traiçoeira. Ao contrário de simplesmente não receber nada para jogar, você está investindo dinheiro nas mãos antes de elas desandarem. Além disso, diferentemente de entrar no pote na melhor situação e perder, você não está chegando ao showdown: sua festa está acabando com o oponente dando raise, e você, fold; ou com ele dando call, e você, check e fold em seguida. Depois de algumas dessas, começa a passar pela sua cabeça, “será que os parceiros estão de marcação comigo?” É a vaquinha da sanidade começando a ir para o brejo.

Não se preocupe, a mesa não decidiu de repente conspirar para tirá-lo de todas as mãos. Você não está sendo perseguido. Chega de esquizofrenia. Os parceiros apenas estão acertando as mãos, e o molho está azedando por causa disso.


Seu oponente dá sorte

Você tem uma queda para flush de dama, e o ás do seu naipe aparece no river. Você coloca o dinheiro no pote, e seu oponente tem o flush de rei. Paciência, seu jipe acaba de capotar. Não há nada que você possa fazer.

Esse fenômeno é o mesmo do anterior, exceto que, em vez de o oponente dar raise e você ser forçado a dar fold, você tem uma mão forte o suficiente para ir all-in. Uma única baralhada pode arruinar uma sessão inteira, e frequentemente é apenas o vento que está soprando para o outro lado.


Seu oponente não acerta nada sempre que você completa a mão

Nesta noite, você acertou três trincas e dois flushes, e apostou no flop. Todos deram fold.

Esse tipo de coisa pode lhe fazer questionar seu jogo. Quando isso acontece com frequência, você começa a pensar, “Putz, eu devia estar fazendo slowplay com as minhas mãos fortes...”

Tudo bem, o slowplay às vezes faz sentido em no-limit. Mas basta um fio de cabelo para se tornar exagerado. Decisões de slowplay devem se basear na textura do bordo e nas tendências dos oponentes, e não no que aconteceu nas últimas cinco vezes em que você acertou uma mão forte no flop.


Sua mesa ou seu lugar é ruim

Essa vale, é claro, para torneios em que sua mesa e seu lugar são sorteados. Mas também pode acontecer em cash games.

“Como eu sou vencedor, espero ganhar X dólares por hora em média quando jogo”, você pensa. No entanto, esse número é a média de ganhos por hora em todos os jogos de poker que você participa em um ano (ou mais).

Em um dia qualquer, é possível ganhar muito mais ou muito menos.

Nem toda mesa de $2-$4 é igual. Um belo dia, você se senta para jogar e há um ricaço bêbado à sua direita com um stack de $5.000. Nessa situação, sua média de ganhos por hora seria considerada bem melhor. Outro dia, um bando de turistas está à sua esquerda, todos com stacks de US$200. Situação abaixo da média.

É preciso fazer algum esforço para escolher o melhor jogo e o melhor lugar. Se não houver nenhuma mesa boa, talvez você deva tentar um lugar diferente. No entanto, pela definição de “média”, você às vezes será forçado a jogar em uma posição ou mesa abaixo da expectativa. Vale a pena conhecer essa importante forma de se dar mal.




Considerações Finais

Metade das vezes em que você se sentar para jogar poker, é provável que se dê mal. Se for um jogador habilidoso, pode ganhar de qualquer forma, contanto que não se dê mal demais. No entanto, se você não acertar nenhum flop em cinco horas e o oponente tiver sorte na única vez em que você acertar, não importa o quão bom você seja. Bons resultados dependem de um pouco de sorte. Repito, um pouco.

É importante para a sua sanidade, assim como para suas tentativas de melhorar, que você seja capaz de revisar a sessão e distinguir os resultados ruins daqueles que você não podia controlar.

No entanto, não racionalize todos os resultados ruins como “eu me dei mal”. É normal que a gente faça uma jogada ruim aqui e ali. Na próxima edição, vou mostrar de que forma essas jogadas lhe colocam em situações que poderiam ter sido evitadas. 



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segunda-feira, 27 de março de 2017

Phil Hellmuth - Ases Amaldiçoados - Coleção Especial

Veja como Phil Hellmuth joga com Ases.
Hellmuth joga contra Phil Ivey, Tom Dwan, Karnofsky, Porter, Johnny Chan, Ashby, Bracy, Chris Ferguson, Jenkins, Richey, Shak e outros.




sábado, 25 de março de 2017

Kid Poker - Documentário


Kid Poker



Daniel Negreanu, a super estrela canadense do poker, campeão de cinco eventos do World Series of Poker e dois do World Poker Tour, agora é a figura central de “Kid Poker”, documentário homônimo ao apelido que usa no Team PokerStars Pro.

Este incrível jogador, agora com 40 anos, traçou uma trajetória brilhante no feltro verde desde que chegou em Las Vegas para jogar poker, há quase 20 anos, vindo do Canadá. Admirado pela sua postura de jogador campeão e por sua empatia junto aos fãs, ele está sempre na mídia ligada a assuntos relacionados ao poker – milhões de admiradores leem seus livros, artigos e blogs pelo mundo afora.
Além disso, ele aparece com frequência em programas de poker na TV, tanto como jogador como comentarista.

Produzido pela PokerStars Original Films, revela a personalidade, as habilidades e a inteligência de Daniel Negreanu – um dos maiores mitos do esporte da mente.

O documentario revela muito mais da vida do atleta por trás das cenas, claro, com destaque principal para sua carreira no poker, incluindo a chegada à Las Vegas, até a entrada no ‘Hall’ da fama do Poker, em 2014.

Filho de romenos, seus pais mudaram-se para o Canadá na década de 1960. “Kid Poker” começou sua carreira nas mesas de jogo em Toronto, antes de seguir para Las Vegas, o mais difícil cenário do poker mundial. Não obteve sucesso imediato, mas seu grande talento o fez seguir confiante e vencer torneios importantes até que, aos 23 anos, ganhou o primeiro bracelete WSOP (World Series Of Poker), em Las Vegas. Negreanu consagrou-se o mais jovem campeão da WSOP, recorde que manteve até 2004.

A partir daí, tornou um dos mais bem sucedidos jogadores da história, acumulando seis braceletes da WSOP, muitas vitórias em torneios ao vivo, e uma fortuna em premiações de mais de US$ 29 milhões. Hoje, o carismático Negreanu é principal integrante do Team PokerStars Pro e tem uma legião de fãs acompanhando sua carreira nas redes sociais: são mais de 361 mil seguidores no Twitter; mais de 50 mil seguidores no Instagram, 137 mil no Facebook e mais de 31 mil no seu canal de Twitch.


Dados Técnicos

Qualidade: WEBRip
Resolução: 1280 x 720
Formato Tela: Widescreen
Idioma Original: Inglês
Tipo de audio: Legendado
Legendas: PT-BR embutidas no video
Tamanho: 1Gb
Servidor: Mega





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sexta-feira, 24 de março de 2017

Felipe Mojave chega em 5º no PokerStars Championship


Felipe Mojave 5º no $10K High Roller

do PSC Panama


O Team PokerStars Pro garantiu um lugar na mesa final e um prêmio de $80.560 no último High Roller do PokerStars Championship Panama.

O evento $10.300 High Roller do PokerStars Championship Panama contou com 110 entradas, que deram origem a uma premiação total de $1.067.000, e entre os participantes esteve o craque brasileiro e Team PokerStars Pro Felipe 'FELIPEMOJAVE' Ramos.

Mojave teve uma excelente prestação, garantindo um lugar na mesa final, mas, infelizmente, acabou sendo eliminado na 5ª colocação após um grande cooler.

Na mão da eliminação, o brasileiro colocou as suas restantes 10bb no meio da mesa com KK mas François Billard acordou de AA e deu call no all-in do brasileiro. A board não ajudou Mojave e este acabou sendo eliminado com direito a um prêmio de $80.560.

O grande campeão foi o profissional irlandês Steve O'Dwyer, que já tinha alcançado a 4ª colocação no $50K Super High Roller do festival. Com este resultado o craque somou mais um belo prêmio de $240.451, resultante de um acordo no heads-up.





quinta-feira, 23 de março de 2017

Phil Hellmuth - Cash Game 2017

Cash Game High Stakes Poker com Phil Hellmuth no Sugar House Casino.
Jogadores na mesa: Phil Hellmuth, Doug Polk, Michael Kaufman, Olivier Busquet, Shaun Deeb, Marty Sigel e Kim.








terça-feira, 21 de março de 2017

EV Fold



EV FOLD


Por: Beersomelier

Errar é perfeito ninguém é humano

Excelente dia a todos!

Nada melhor do que o começo do ano para olharmos a nossa data base visando encontrar - e CORRIGIR - os nossos tão indesejados leaks.

Coisas que devemos corrigir a todo custo.



1. Jogar tiltado;
2. Jogar igual um robô;
3. Achar que todos os jogadores são iguais;
4. Jogar mais telas do que dá conta (basicamente o item 2);
5. Não entender risco benefício (matemática básica);
6. Auto levelar;
7. Jogar mal e a qualquer custo visando atingir determinado status VIP ou desafios.


Entretanto, para avaliar nosso banco de dados, precisamos de uma base para nos apoiarmos, certo? Portanto, como avaliar o banco de dados sem saber valores aos quais se referenciar?

Como saber se suas stats estão "boas" sem uma referência para o valor delas?


O primeiro passo para isso é saber o EV do fold!


Duas coisas são importantes aqui: a primeira é saber que o dinheiro que está no pote não pertence a você, logo, seu fold tem EV igual a zero. A segunda é saber que vou tratar o fold nesse post como sendo ação final, então na realidade eu vou comentar sobre o ev do fold após dar bet/fold, após pagar blind/fold, etc.Sempre o fold após alguma ação.


EV DO FOLD PRÉ-FLOP POR POSIÇÃO


As posições: EP, MP, CO, BU, se decidir pelo open fold, o EV = 0. A razão para isso é muito óbvia, afinal, essas posições não são obrigadas a investir nenhum valor no pote pré-flop para receber suas “hole cards”. Portanto, quando olhar em seu banco de dados, procurará sempre ev bb/100 acima de 0 para todas as ações que decidimos entrar na mão: open raise, call vs raiser, 3bet, squeeze, cold 4bet, entre outras.

Já o SB possui EV do open fold de -50bb/100. A razão para isso também é óbvia, afinal, o SB tem que investir 50% do valor do Big Blind antes da distribuição das cartas para receber suas “Hole Cards”? Logo, se o SB fold todas as mãos, a cada 100 mãos jogadas do SB, o hero teria um ev de -50 bb/100. Vale ressaltar que esse valor se aplica para a maioria dos limites,

entretanto, há casos onde o ev é -40bb/100, como a NL5 ($0.02/$0.05) e a NL25 ($0.10/$0.25).
Portanto, devemos jogar do SB na esperança de que conseguiremos amenizar esse valor, ou seja, recuperar esses -50bb/100. Isso se aplica tanto para as vezes que agredimos o BB como para as vezes que defendemos o SB. Não adianta defendermos SB contra o BU e ficarmos com o EV igual -60bb/100, nessa situação se tivéssemos optado pelo fold em todas as mãos perderíamos menos.

Quanto ao BB, teoricamente ele tem um EV inicial de -100bb/100, seguindo a mesma lógica explicada no parágrafo acima. Todavia, devido aos walks, esse valor é um pouco menor como -95bb/100, ou algo em torno disso.

Outro ponto que eu quero abordar o leitor e fazer ele refletir (já que comentei que se ele estiver perdendo mais de -50bb/100 do SB seria melhor ele fold do que defender) é sobre o jogo explorável.Nosso objetivo principal é sermos lucrativos no spot, pois dinheiro que você não perde é dinheiro que você ganha.

Não acho que alguém discorde da frase acima, mas vejo diversos jogadores aplicarem o planode deixar a jogada do vilão breakeven (ev igual à zero) sem pensar muito em ser lucrativo.

Exemplo:
Hero open raise de 3bb do CO, vilão 3bet para 9bb do BTN, blinds fold.

O EV, se optando pelo fold nesse momento é de -300bb/100. Ou seja, se abrirmos 100x 3bb e fold as 100x para a 3bet vamos perder 300 big blinds.

Para sabermos como fazer a jogada do vilão não ser automaticamente lucrativa, devemos utilizar o bluff equity. Este, por sua vez, consiste em saber o quanto o bet tem que passar para ser lucrativo. O bluff equity é calculado por risco dividido pelo benefício. Veja o exemplo abaixo para entender melhor:

Ao 3bet o hero, o vilão está arriscando 9bb, certo? E terá como benefício o valor final do pote, que é = 3bb do hero + 0,5 do SB + 1 do BB + 9 que ele mesmo colocou. Logo, ele arrisca 9bb para ter o benefício de 13,5bb.

Portanto a bluff equity é 9 / 13,5 = 67%. Ou seja, a jogada do vilão tem que passar mais de 67% das vezes para ser lucrativa.

Nesse momento, do lado oposto da situação, o HERO percebe que PRECISA defender 33% das vezes para que a jogada do vilão não seja automaticamente lucrativa. Na verdade, o que o heróirealmente precisa entender é que ao dar call na 3bet, ele precisa que a jogada dele seja melhor do que -300bb/100. Caso contrário, se for para perder mais ainda ao jogar a mão, adianta tentar fazer com que a jogada do vilão pré-flop seja "breakingeven"?

Para calcular o ev do fold basta utilizar o valor investido até o momento x 100 que teremos o quão negativo é a nossa situação se optarmos pelo fold. Ou seja, OR do UTG de 2x e fold para all-in do BB. O ev dessa jogada é de -200bb/100.

Voltando para análise lógica do banco de dados, devemos esperar que o nosso call em 3bet seja melhor do que...? Pois é, é um valor que depende do seu size de open raise. Veja o exemplo abaixo:

Size de open raise em big blinds * 100 é a conta para descobrirmos o ev do fold. Logo, se o herói abre 3x de posições iniciais, 2,5x do CO e 2x do BTN. Nessa situação o open raise e fold para 3bet do herói será respectivamente de: -300bb/100 posições iniciais, -250bb/100 do CO e -200bb/100 do BTN.

Ao filtrarmos o call em 3bet por posição, esperamos ver resultados melhores do que esse. Caso contrário, se acabou de encontrar um valor pior do que o que esperava, você acabou de encontrar um leak.

Podemos fazer essa análise simples para:call em 3bet, defesa do SB, defesa do BB, call em raise cbet, entre outras stats comum de analisarmos no banco de dados.

Assim, através do ev bb/100, podemos comparar o fold o call e até mesmo o raise para diversas situações, lembrando que, ao optarmos por jogar, esperamos que a nossa jogada seja melhor que optarmos pelo fold.


Sobre o bluff equity também podemos analisar no banco de dados o sucesso de jogadas como: steal, 3bet, 4bet, cbet flop, cbet turn, cbet river, etc. Para analisar basta comparar a bluff equity que nosso size requer com o quanto passou. Em outras palavras, usando novamente o exemplo da 3bet, suponha que ela precisa passar 67% das vezes. Todavia, ela está passando 80%. Logo, sua jogada está tendo sucesso no longo prazo.

Essas analises fáceis de serem feitas podem revelar leaks graves, portanto, fiquem atento ao call em 3bet, call vs open raise e call em raise cbet. Analisar o banco de dados ajuda muito na leitura do HUD. Todavia, tenha em mente o sample total de mãos que está analisando, o sample de mãos que está analisando da posição e a quantidade de mãos após aplicar os filtros. Afinal, há vezes em que o leitor irá se basear em muitas poucas mãos para afirmar algo como verdadeiro.


Outro ponto é que muitas stats julgadas como “fora do padrão” se aplicam muito bem em determinados fields. Suponha que o herói tenha um cold call alto do BTN vs open raise no CO.

Se o hero é super lucrativo dando call elevado vs o CO, adianta eu falar pro herói diminuir esse call se ele está sendo lucrativo? Por que motivos ele deveria fazer isso já que está lucrando tanto com essa jogada? Ou seja, leve em conta também em seu sample a média do field, pois será muito importante para adaptar número perante a eles.


Resumo


EV do fold;
Bluff equity;
Analise de banco de dados;
Jogo inexplorável;
Leitura de hud;
Encontrando leaks de forma lógica.

Bom jogo a todos!



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sábado, 18 de março de 2017

Mãos Iniciais Fortes


Não deixe que as Mãos Iniciais Fortes façam com que você acredite que ‘mereça’ o Pote




A maior parte de nós entende como as melhores mãos iniciais não necessariamente tornam-se as melhores mãos finais no No-Limit Texas Hold’em.

É sempre bom olhar para um AA ou AK ou, às vezes, até mesmo um 99 e saber que você certamente (ou provavelmente) tenha a melhor mão inicial dentre todos os jogadores antes da ação começar. Porém, quatro rodadas de apostas depois e cinco cartas comunitárias depois, até mesmo AA pode estar vulnerável e não garantir que você irá ganhar o pote.

Embora nós saibamos que isso seja verdade, há vezes em que ainda resta um tipo de barreira psicológica em aceitar o fato de que a sua boa mão inicial não irá ser a vencedora. Para alguns jogadores essa barreira se torna mais difícil de ser superada quando eles jogam suas mãos iniciais fortes de maneiras não ortodoxas – quando suas jogadas “avançadas”, na verdade, levam eles a situações onde suas mãos perdem valor (e provavelmente devam ser jogadas fora).


Muito cuidado com mãos iniciais fortes – não se iluda!


Eu vi isso ocorrendo durante um jogo caseiro algumas semanas atrás. Uma mão começou e eu estava em uma posição inicial e recebi algo como J♣ 4♦ e desisti. O jogador à minha esquerda entrou de limp e a mesa rodou em fold até o jogador no cutoff que também entrou de limp.

Não estava havendo muitos limps nesse jogo, mas ocasionalmente isso acontecia e então não parecia ser surpreendente ver o botão e os dois blinds se juntarem a um pote com cinco jogadores. Isso foi um exemplo sobre o que o autor de poker John Vorhaus uma vez chamou de “limpede” em seus livros “Killer Poker” – isso é, um jogador em posição inicial paga, o que encoraja uma debandada de limpers.

É o jogador do cutoff em quem nós estamos focados nessa mão porque, como isso se revela, ele deu limp com Q♣ Q♠. Agora ele era um dos cinco jogadores a ver o flop T♦ 8♦ 7♣.

A ação rodou em check até ele, que apostou forte – aproximadamente 3/4 (75%) do pote, se bem me lembro – e tanto o botão quanto um dos blinds pagaram. O turn trouxe um 3♦, adicionando um terceira carta de ouros no board. Dessa vez, o jogador nas blinds donkbeta (aproximadamente 1/2 (50%) pote), o jogador com QQ pagou e o botão desistiu.

O river foi um 6♣. Agora havia quatro cartas para completar uma sequência com aquela carta de ouros e o jogador das blinds estava apostando de novo. O rapaz com QQ hesitou um pouco antes de pagar e já estava balançando sua cabeça negativamente quando o outro jogador mostrou um K♦ J♦ que havia feito o flush.

Então ele mostrou suas QQ e resmungou sobre como ele sabia que estava atrás e deveria ter desistido no turn.

Analisando a jogada após sua conclusão – Pré-Flop


Estrategicamente falando, a decisão dele de não aumentar a aposta antes do flop foi obviamente ruim por vários motivos. Ele não está aumentando o pote com uma das melhores mãos em No-Limit Hold’em. Ele não está fazendo nada para garantir a si mesmo a melhor posição no pós-flop (e de fato o botão também pagou, significando que ele não pode agir por último depois do flop). Ele também está convidando a “manada” que veio depois do seu limp, e até mesmo ele está mais certo de ter a melhor mão inicial com relação aos outros quatro jogadores com suas Q♣ Q♠ , e que agora seja menos provável que suas QQ venham a vencer contra quatro oponentes do que contra apenas um ou dois.

Podemos concordar de que o limp pré-flop não foi uma boa ideia. Em alguns casos entrar de limp pode não ser uma jogada ruim, por exemplo, quando há um jogador loose-agressive para agir que você está seguro de irá dar raise (e com uma variedade grande de mãos, incluindo muitas mãos fracas). Você até poderia re-aumentar, mas na maioria dos casos isso não seria uma jogada lucrativa.

Analisando o Pós-Flop


Com relação às suas decisões no pós-flop, penso que ele bateu de frente contra aquela barreira mental que mencionei acima. Ele sabia que tinha a melhor mão no pré-flop, o que o levou ao sentimento de que “merecia” ganhar o pote apesar de a ação e do bordo mostrarem claramente que suas QQ não seriam boas no showdown.

Também acredito que sua tentativa de jogada “avançada” (o limp pré-flop) misturou o problema, tornando isso mais difícil para ele desistir do seu par de Q. Ele foi tão astuto ao “esconder” o fato de que tinha uma mão inicial forte que tornou ainda mais difícil para ele não jogar até o fim e mostrar para todos o que tinha (quando ele nem precisava ter feito!).

Em outras palavras, enquanto o erro pré-flop foi pequeno, os calls que se seguiram foram erros maiores e mais caros. São os últimos os erros mais caros que as pessoas cometem com maior frequência e com as mãos iniciais mais fortes, em parte porque possuem um senso de merecimento trazido pela vantagem pré-flop.

A maioria de nós jogaria um par de Q agressivamente pré-flop, assim como outras mãos iniciais fortes. Porém, quando nós aumentamos com QQ e alguém paga e, no pós-flop, esse jogador mostra agressão contra nós em um bordo conectado, por exemplo, T-high, temos que estar preparados para desistir da nossa mão.

Em Super/System, Doyle Brunson falou sobre o par de A e o par de K que “uma das duas coisas acontecerão frequentemente…ou (1) você ganhará um pote pequeno, ou (2) você irá perder um pote grande.” Isso nem sempre se prova verdade, é claro. Porém, o que está por trás disso é bom lembrar – receber uma mão inicial forte não é garantia de que você ganhará um grande pote logo em seguida.

Não deixe a mão inicial forte iludi-lo em acreditar que não há um esforço a ser feito para ganhar um pote com ela. Ter duas boas cartas iniciais deve ser encarado como um bom passo inicial em direção a ganhar fichas, e não uma promessa de lucro. Não permita que tais mãos ceguem-o conforme você vai jogando a mão, tornando-se uma barreira que mais dificulta do que ajuda.




sexta-feira, 17 de março de 2017

Cash Game Poker com Alec Torelli

Nós voltamos com mais cash game poker. Mais duas noites, março, 11-12 no Rivers Casino, em Pittsburgh, Pensilvânia.

Na mesa Nick Dialoiso, Shaun Deeb, Mark Puma, Alec Torelli, Stepan Gusak, Jack Schanbacher, Dave Eldridge e na sequência, Kane Kalas juntou-se à mesa.
Aproveite a primeira das duas noites de cash poker 2017 no Rivers Casino.





quarta-feira, 15 de março de 2017

Relação de Bônus Grátis - Ativos em Março / 2017



Relação de Bônus Grátis

Ativos em Março / 2017



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O Elton passou por diversas dificuldades antes de se tornar um jogador lucrativo, assim como a maioria dos jogadores ao começar no Poker.

E por isso ele decidiu criar uma espécie de atalho pra quem está lutando para se tornar um jogador lucrativo nos MICRO e LOW STAKES mas que ainda não conseguiu obter nenhum resultado satisfatório.

Então o Elton resolveu compilar tudo o que deu certo para ele em um único lugar e quebrar a curva de aprendizado pela metade para que você não tenha que passar por tudo ate se tornar lucrativo.

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- Estratégias para jogar o flop.
- Como dominar as apostas.
- Estratégias: Gerais, para SNGs e para MTTs.
- Tells
- Blefes.
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terça-feira, 14 de março de 2017

Controle de Pote


ENTENDENDO O CONTROLE DE POTE



Traduzido Por Danilo Telles

Por que usar o controle de pote


Baseado na primeira frase, certas mãos são melhor jogadas com um pote menor, e certas mãos são jogadas com o pote maior. Ao manter o pote pequeno nas primeiras rodadas, você perde menos com mãos marginais e não deixa de obter valor na mão.

Quando usar o controle de pote


O controle de pote é melhor usado quando você tem uma mão com bom valor de showdown mas que não aguenta muita pressão. Também é bom contra oponentes tight que não pagam com os mesmos lixos que os fishes. É melhor aplicado nas situações de Way Ahead, Way Behind (muito na frente ou muito atrás).

Como usar o controle de pote


Frequentemente, o controle de pote pode ser exercitado de algumas maneiras. Quando em posição, a melhor maneira é dar check no turn quando o board não tem muitos draws ou você não está vulnerável. Outra maneira de controlar o pote é pagar uma aposta quando aberto até você e você é o agressor pré-flop, ou seja, não aumente. Quando fora de posição, o controle de pote pode ser feito pelo seu tamanho de aposta geral, e também por dar check/call.

Todo o resto


Saber quando usar o controle de pote é importante. Você ainda deve apostar por valor em muitas mãos, e não sacrificar apostas por valor claras em nome do controle de pote. Mas às vezes, você precisa/quer chegar ao showdown, e é aí que o controle do pote entra.

E quanto a crescer o pote?


Quando você tem uma mão forte, você quer dinheiro no pote, mas de uma maneira clara e segura. Você precisa apostar o suficiente nas primeiras rodadas para impedir que um draw seja lucrativo, mas tem que deixar o suficiente no stack para fazer o mesmo nas rodadas posteriores.

Exemplo de controle de pote

Full Tilt Poker No Limit Holdem Ring game Blinds: $.25/$.50 6 players
UTG: $35
UTG+1: $20
Hero: $50
Button: $15.50
SB: $47.75
BB: $121.85
Pre-flop: (6 players) Hero is CO with A♦ Q♠
UTG calls, 1 folds, Hero raises to $2.5 , 2 folds, BB calls.
Flop: A♠ 8 :clubs: 2♦ 5, 2 players)
BB checks, Hero bets $4, BB calls.Turn: 3♥
BB checks, Hero Checks
River: 9♦ ($13, 2 players)
BB Bets $10 , Hero Calls

Results:
BB shows A♥ K♣


Aqui, eu dei check no turn para manter o pote pequeno e controlável, já que eu estava muito na frente/muito atrás. Eu posso ter perdido a mão, mas perdi o mínimo possível.


Artigo originalmente publicado no forum norte-americano Two Plus Two.



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segunda-feira, 13 de março de 2017

Cash Game Poker - High Stakes

Cash Game Poker - High Stakes com Samantha Abernathy, Joe McKeehen, Mike Dentale, Shaun Deeb, Sigel, Micali, Glantz, Ruddock e Bleznick.
Filmado no Turning Stone Resort Casino.





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sábado, 11 de março de 2017

A Matemática por Trás das Telas



A Matemática por Trás das Telas



Por Ivan “RoyalSalute” Santana

Atualmente, o Hold’em Manager (HM) e o Poker Tracker são os principais softwares utilizados por jogadores de poker online. Além de armazenar seu histórico de mãos, esses programas utilizam um HUD (display) que indica as estatísticas dos seus adversários.

Como podemos ver na imagem, há vários números, e cada um indica uma estatística do jogador. Entre os mais utilizados temos o VPIP (a porcentagem de mãos que um jogador entra de maneira voluntária na mão), o PFR (a porcentagem de mãos que um jogador está jogando agressivamente, ou seja, com um raise ou reraise), a porcentagem de steal (o quanto ele tenta roubar os blinds do final da mesa), a porcentagem de c-bet (se ele dá muita continuation bet ou não), entre outros. Com poucas mãos já é possível saber quem é tight, quem é loose, quem faz muitas 3-bets, quem é mais passivo etc. Com uma base de dados grande, você pode ver detalhes mais específicos, como a quantidade de check-raise no turn ou river ou como o jogador costuma se comportar em potes com 3-bet. Você pode (e deve) editar o seu HUD para colocar as estatísticas de seu interesse.

Em teoria, esses programas não fazem nada ilegal (desde que você utilize apenas o seu banco de dados, e não o banco de dados de sites ou terceiros), eles “apenas” fazem automaticamente um trabalho que você poderia fazer manualmente: não há nada de errado em ter um histórico de mãos e anotar qual a porcentagem de mãos seu oponente está jogando baseado nesse histórico. Mas, na prática, esses programas “facilitam” bastante a vida dos regulares, já que ajudam muito na leitura dos oponentes, o que dá uma vantagem pra quem utiliza a ferramenta.

Nos torneios, em que cada momento um jogador provavelmente jogará diferente, o HUD não é tão importante. Um jogador pode jogar mais tight no começo, ter uma estratégia short-stacked e outra deep, jogar diferente na bolha, quando está na mesa final, ITM etc. Inclusive, o HUD pode até atrapalhar um jogador que apenas vê os números e não pensa na situação. Mas, sem dúvidas, para um jogador experiente, que não irá apenas olhar para os números, o HUD facilita muito, ainda mais se o jogador estiver multi-tabling (com muitas mesas abertas). É impossível prestar atenção em 10, 11, 12 telas ao mesmo tempo, e o HUD pode indicar quem é o NIT (só joga mão premiuns), quem é o jogador fraco, quem é agressivo da mesa e por aí vai.

Em cash games, o buraco é mais em baixo. Lá você terá uma vasta base de dados de cada jogador, pois enfrenta os mesmos caras com maior frequência, e como não estamos falando de torneios, não terá que se preocupar com “momentos diferentes”. No cash, o Hold’em Manager acaba equilibrando a disputa entre os regulares e faz com que o jogo muitas vezes se torne uma leitura de bordo combinada com a leitura de números, dando pouco espaço para estratégias “exploráveis”. Por conta disso, os regulares de cash game tentam ao máximo balancear os ranges, tentando chegar próximo ao GTO (Game Theory Optimum), ou seja, uma estratégia inexplorável.

Apesar de eu dar coaching de Hold’em Manager e usar o aplicativo, no meu “mundo ideal” do poker online não há HUD. No entanto, hoje, vejo que deixar de usar o programa é deixar de obter uma vantagem que quase todos outros jogadores estão tendo. Então, para equilibrar ou até virar o jogo pra cima desses jogadores (utilizando ao máximo a ferramenta), vejo o HM como um “mal necessário” no poker online.

Para quem quiser mais informação, seguem os links para os sites do Hold’em Manager, do Poker Tracker e da minha página, em que dou dicas e também coaching dos aplicativos ( www.ivanroyal.com.br )





Ivan Santana é um dos maiores e mais respeitados especialistas em cash games do Brasil. Ele é instrutor da Poker Lab e auto do livro “The Royal Book”.



sexta-feira, 10 de março de 2017

Personagens de Poker Inesquecíveis - Daniel Negreanu

Daniel Negreanu (nascido em 26 de julho de 1974) é um jogador de poker profissional canadense que ganhou seis braceletes da World Series of Poker (WSOP) e dois campeonatos do World Poker Tour (WPT). O serviço independente de classificação de pôquer Global Poker Index (GPI) reconheceu Negreanu como o melhor jogador de poker da década em 2014.

Desde o seu segundo lugar no torneio Big One For One Drop 2014, ele é o maior vencedor de torneios ao vivo de todos os tempos, tendo acumulado mais de $ 32.600.000 em prémios. Ele foi nomeado o Jogador do Ano da WSOP em 2004 e novamente em 2013, tornando-se o primeiro (e único) jogador na história da WSOP a ganhar o prêmio mais de uma vez. Ele também foi o jogador WPT do ano 2004-05. Ele é o primeiro jogador a fazer uma mesa final em cada um dos três locais de premiação de braceletes do WSOP (Las Vegas, Europa e Ásia-Pacífico) e o primeiro a ganhar um bracelete em cada um. Em 2014, foi introduzido no Poker Hall of Fame.



quarta-feira, 8 de março de 2017

Se defender ou não?


Se defender ou não?

Encarando um raise pré-flop no Big Blind



Big Blind Especial é um termo que você escuta mais frequentemente em cash games do que em torneios. Isso se deve à alta frequência de potes que começam sem aumentos pré-flop, apenas com limps.

Mas o que isso significa? Bem, essa expressão geralmente é utilizada para descrever uma situação onde o jogador sentado no big blind consegue ver o flop de graça – isto é, a mão chega sem nenhum aumento e ele ou ela apenas pede mesa para ver as três primeiras cartas comuns – e então acaba acertando um jogo forte, mesmo tendo uma mão fraca pré-flop. Por exemplo, se você receber 7♠ 4♣ no big blind e o flop vier 6♠ 5♥ 3♦ , isto é um “Big blind especial.”

Porém, também é possível tirar vantagem dos “big blinds especiais” pagando aumentos pré-flop no big blind, isso também é conhecido como se “defender” de roubos de pote pelo jogador que aumentou.

Vamos explorar alguns motivos do porquê que defender seus big blinds em torneios pode ser vantajoso – e lucrativo.


Por que defender o Big Blind?


Como mencionado, em torneios o número de potes com limp é menor devido à alta frequência de agressão, particularmente das últimas posições da mesa. Porém, hoje jogadores avançados estão defendendo seus big blinds de forma mais liberal quando existe um aumento – e, por consequência, estão acertando mais big blinds especiais.

O melhor motivo para defender seu big blind mais frequentemente em torneios é para combater o já mencionado aumento na agressividade de jogadores em late-position. Se seus oponentes estão aumentando com um grande range de mãos do cutoff e do botão, o seu range para pagar – mesmo quando fora de posição – deve aumentar o suficiente para poder explorar os erros dos adversários.

Se você pagar um aumento e fizer no flop um par mediano contra um jogador agressivo que tem um amplo range pré-flop, você pode extrair valor no turn e no river apenas dando check-call.

Por que não reaumentar?


Você pode estar se perguntando: “Se meu oponente está abrindo com um range grande de mãos, por que não posso apenas reaumentar do big blind e levar o pote logo no pré-flop?”

É uma dúvida pertinente. Se você receber uma mão ruim no big blind e um jogador agressivo aumentar em late-position, reaumentar como blefe certamente é uma opção. Porém, se você receber uma mão Broadway ou cartas naipadas quase seguidas, como 9♠ 7♠ , que tenham pouco valor mas com a oportunidade de se tornar uma ótima mão no flop, então aplicar uma 3-bet não é uma boa opção. Isso estará só inflando o pote e dando a seu oponente a chance do 4-bet, forçando você a desistir da mão.

Conseguindo extrair valor


Quando as antes começam, defender o big blind pagando aumentos se torna ainda mais lucrativo. Por exemplo, se os blinds são 2.000/4.000 com antes de 500 em uma mesa com nove jogadores, e o jogador do botão aumenta para 8.000, o pote neste momento é de 18.500. Se o jogador no small blind der fold você precisará pagar apenas outros 4.000 do big blind pela chance de ganhar 18.500. Nesta situação suas pot odds são excelentes. Para ficar break even nesse investimento você precisa ganhar a mão apenas 21,62% das vezes (4.000/18.500).

Colocando isto em perspectiva e calculando as odds, a mão 9♠ 7♠ tem uma equidade pré-flop de 21,25% contra um par de ases, se nenhum deles for A♠ . Isto é o suficiente para tornar o call pré-flop lucrativo. E quando há um aumento e outro call, seu range para pagar deve ser ainda maior.

Para citar um exemplo, no começo de 2014 na mesa final do Main Event do PokerStars Caribbean Adventure (PCA), uma mão envolvendo Pascal Lefrancois, Isaac Baron e Mike “Timex” McDonald chamou atenção pois ilustra bem um jogador percebendo que podia extrair valor ao defender seu big blind.

Os blinds eram 20.000/40.000 com antes de 5.000. Isaac aumentou para 90.000 de early-position, Mike pagou do cutoff e o botão e o small blind deram fold.

Neste momento, com oito jogadores na mesa, o pote possuía 280.000 fichas. Pascal era o big blind e precisava pagar apenas outros 50.000 para ver o flop, o que significa que ele precisava ganhar a mão apenas 17,86% das vezes para ficar break even (50.000/280.000).

Pascal decidiu por aumentar seu range e pagou a aposta com Q♥ 8♦ . Infelizmente para Lefrancois, Isaac segurava uma mão dominante, A♦ Q♠ . Porém, Pascal ainda possuía uma equidade de 16% – quase o suficiente para tornar seu call lucrativo. Ele então pagou a aposta e, mesmo não tendo ganho a mão, sua ação foi justificada.


Não jogue sempre na defensiva!


Existem obstáculos óbvios ao seguir estas dicas para defender seu big blind mais livremente.

Primeiro, essa estratégia é muito mais eficiente quando você e seu(s) oponente(s) possuem um stack grande. Se os stacks forem pequenos (isto é, menos de 20 big blinds), suas implied odds são afetadas negativamente pois você pode apenas extrair um valor limitado de fichas do seu oponente. Da mesma forma, você dará check-fold muito frequentemente no flop após defender seu big blind, e isso é algo que você não deveria fazer quando seu stack está pequeno em um torneio.

Também preste atenção para ajustes no jogo dos seus adversários. Se jogadores habilidosos notarem que você está defendendo com um range grande, eles podem contra-atacar diminuindo o range deles. Poker é um jogo de adaptação, então não espere sempre ser lucrativo utilizando sempre a mesma estratégia.

A próxima vez que estiver em um torneio você não precisa esperar que todos deem limp para tentar acertar um big blind especial. Às vezes tudo o que precisamos é de uma boa defesa.


Traduzido e adaptado de: To defend or not to defend? Facing a pre-flop raise from the big blnd