sábado, 28 de setembro de 2019

Jogando contra Adversários Agressivos


Como jogar poker contra adversários muito agressivos?

 Dê corda a eles!




por Rafael Justplay


Em todos os home games que eu já joguei eu vi pelo menos um deles. Nos torneios que visito ou disputo por aí, também. Uma característica comum em mesas de poker é ter pelo menos um jogador que disputa muitas mãos e é sempre agressivo. Eles parecem se dar bem, mas somente quando você não toma o devido cuidado. Para cada tipo de jogador uma estratégia e hoje você vai aprender como vencer aqueles que parecem maníacos, apostando sem parar e entrando em muitas mãos.

Primeira coisa que devemos considerar e, neste caso ainda mais, é usar como algo vital a posição. Se você não tiver posição sobre ele não vai ter como se esquivar, muitas das vezes. Sempre que ele tomar decisões depois de você a agressão será inevitável e, como devemos muitas vezes apenas pagar ao invés de tomar atitudes, jogar fora de posição será muito desconfortável. Considere isso como primeiro e vital elemento antes de enfrentá-lo em uma mão.

O segundo ponto importante é que você deve maneirar um pouco suas agressões, também. Sabendo que ele frequentemente aumentará e dará novos raises, você pode optar por somente pagar suas apostas e ir coletando mais fichas para o pote. Isso também quer dizer que você, jogando em posição, pode considerar um range maior de mãos para enfrentá-lo, desde que entenda que isso tem um preço e você deve saber jogar melhor pós-flop para pegá-lo. Posição e um range maior? Você está no caminho certo, contra ele.

O terceiro fator importante é a paciência. Por ele ser agressivo, você pode começar a se ver meio irritado e vai querer tentar resolver as coisas na força, usando o estilo dele de jogo. Não existe motivo para você querer derrubar esse adversário a qualquer custo, já que você está mais preparado e pronto para fisgá-lo para uma armadilha muito bem pensada. Evite jogar mãos demais, evite enfrentá-lo demais e finja que a agressão dele não está surtindo efeito em você. Na hora certa, mesmo que jogando uma range maior de mãos, você será capaz de derrubá-lo sem problemas.

O poker é um jogo de paciência, um jogo de pessoas. Esse adversário pode conseguir vencer mãos usando a sorte em momentos chave mas você está mais preparado e, no longo prazo, é um vencedor. Não se abale, não precisa alterar seu estilo de jogo, a vitória do poker está em quem é mais preparado e sabe usar as vantagens que o jogo traz a seu favor. Vencê-lo não precisa ser questão de honra e o tipo de coisa que precisa ser feita a qualquer custo, você só precisa esperar a hora certa, estar preparado e armar uma ótima armadilha para ele. E poderá fazer isso quantas vezes forem necessárias.

Espero que se inspirem nessa coluna de hoje, eu levei algum tempo para entender um conceito que parece simples mas que na prática é um pouco mais foda de implementar. Boa sorte nas mesas e nos vemos semana que vem.



quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Fases do Aprendizado

Shu Ha Ri


As fases do aprendizado


por Fellipe Nunes e Marcelo Muller


Na coluna deste mês, vou abrir o espaço para Marcelo Muller, jogador que entrou no FLOW em setembro de 2014 e hoje, além de jogar, integra nossa equipe técnica.

Há algum tempo, instigado pelo trecho de algum livro, comecei a pesquisar sobre artes marciais japonesas e encontrei um conceito muito interessante para aplicarmos ao poker: Shu Ha Ri, que traduz o processo de aprendizado, desde o início à maestria. Cada parte do conceito diz respeito a uma fase que se relaciona com as outras de forma linear.

Shu, que representa o começo nas artes marciais, é o momento no qual se aprende os movimentos básicos e consolidados, que serão repetidos muitas e muitas vezes até se tornarem automáticos. Para chegar à etapa seguinte, Ha, a primeira deve ter sido dominada.

No segundo estágio, a subjetividade do indivíduo começa a ser aplicada às técnicas, e ele testa movimentos que outros criaram para verificar quais melhor se adequam ao seu estilo.

Ri, por sua vez, é quando a maestria pode ser alcançada. Os movimentos básicos são automáticos, diversos outros foram testados e já se conhece o próprio estilo. Esse é o momento em que se utiliza toda a experiência adquirida até ali para transcendê-la e criar algo único.

Além de ser um bom caminho para estudar o poker, as etapas do Shu Ha Ri, nos alertam para não tentar pular momentos do aprendizado. Muitos jogadores procuram imitar técnicas dos profissionais que admiram sem antes terem uma base sólida e compreensão dos ranges básicos. Isso pode fazer com que o jogo fique desajustado e sem coerência, e as técnicas podem ser empregadas em momentos não ideais. Daniel Negreanu não aprendeu a fazer suas excelentes leituras de ranges da noite para o dia. São as muitas situações pelas quais passou e analisou que o levam, naquele momento, a olhar para o adversário e conseguir prever qual mão ele tem.

Outra situação comum é encontrar jogadores que desde o início de suas jornadas no poker querem inventar novas maneiras de jogar, inspirando-se em profissionais vencedores que jogam fora do padrão. Não há problema em ser criativo nas mesas, mas é importante primeiro solidificar os conhecimentos iniciais e o entendimento básico de ranges e situações. O bom jogador que costuma inovar, provavelmente já passou pelas primeiras etapas e, depois de ter aprendido o básico, testado muito e compreendido seu estilo de jogo, cria jogadas novas. Para quebrar um padrão, é preciso antes compreendê-lo.

Mesmo que você não tenha muita certeza em qual estágio se encontra, se organize e tente recomeçar do simples. Aprenda o básico e o execute diversas vezes até que ele tornar-se automático. Você pode identificar esse momento quando perceber que ao olhar rapidamente para uma situação já compreende qual é a melhor jogada a ser feita.

Quando dominar o Shu, pode ter certeza que já estará à frente de boa parte dos jogadores. Então, você pode dar o próximo passo com mais segurança e chegar ao Ha, o momento de criar sua identidade. Tente reproduzir jogadas de outros jogadores que saem do padrão. Teste quais funcionam. Construa seu estilo e linha de raciocínio. Quando chegar ao Ri, conseguirá transcender o que aprendeu com base em toda bagagem adquirida e poderá criar novas jogadas e modos de leitura, de forma muito mais coerente e sofisticada. Esse momento, a maestria, é onde poucos estão.



segunda-feira, 23 de setembro de 2019

O Nut-Flush Draw



O Nut-Flush Draw

Uma mão forte de pot-limit Omaha




por Jeff Hwang


Em Pot-Limit Omaha Poker: The Big Play Strategy, eu afirmei que a presença de duas cartas para um flush no bordo tira significativamente o valor de um wrap quando você mesmo tem um flush draw (página 50, “When There is a Two-Flush on the Flop”). Em um flop com 10♦ 9♦ 2♥, por exemplo, Q♣ J♣ 8♠ 7♠, um wrap de 20 cartas, é um azarão em quase 3-2 diante de A♦ A♠ 4♣ 3♦, um par de ases com o nut flush draw. Diante disso, você deve tender a jogar com mais cautela quando segurar apenas um wrap e um flush draw for possível, especialmente quando a SPR [stack-pot ratio, ou “razão estoque-pote”] atingir a gama [média] de três bets.

Mas vamos inverter os papeis por um instante. Digamos que você tenha o nut-flush draw: analisando algumas disputas entre mãos, fica bastante claro que o nut flush draw é bem forte contra um oponente que também tem um draw, mesmo quando ele também tenha um flush draw. Em um bordo com Q♠ 6♠ 5♦, por exemplo, A♠ K♥ 10♥ 2♠, nut flush draw seco com ace high, é favorito de cerca de 2-1 contra 10♠ 9♠ 8♥ 7♥, nut wrap de 13 cartas com um flush draw, e é apenas um leve azarão contra 9♠ 8♠ 7♥ 6♥, um par mais o nut wrap de 13 cartas com um flush draw. Enquanto isso, A-A mais o nut flush draw vai ser bastante forte mesmo contra os maiores draws.

Isso significa que você pode jogar com bastante força o nut flush draw em situações em que seu oponente não tem uma trinca para jogar com você valendo estoques inteiros — ou seja, situações de SPR baixa, assim como situações de SPR média quando você tem A-A, outro par ou algum tipo de draw para acompanhar.


De fato, o nut flush draw não se dá tão mal mesmo contra um oponente que segura A-A-X-X em uma situação de SPR baixa, que ocorre em muitos potes que são tribetados pré-flop, em particular contra oponentes que tribetam pré-flop apenas com A-A-X-X.

Lembre que, quando a SPR é 4, você precisa de equidade de apenas 44,4% para justificar um confronto all-in no flop, e que, com SPR de 2, você precisa de equidade de apenas 40% — azarão em 3-2 ou melhor — para justificar um confronto valendo todas as fichas. Bem, acontece que o nut flush draw sozinho é melhor do que um azarão em 3-2 contra A-A-X-X: em um flop de 7♦ 6♥ 5♦, a mão A♦ K♦ Q♥ 10♠ é azarão em 41,7% a 58,3% contra A♠ A♣ 9♠ 2♣. Com uma queda para flush de copas na última carta (backdoor draw), uma mão como A♦ K♦ Q♥ 10♥ melhora para um azarão em 47,0% a 53% diante de A♠ A♣ 9♠ 2♣.

Com um backdoor wrap, o nut flush draw se dá melhor que 44,4%: em um flop de J♦ 6♥ 5♦, a mão A♦ K♦ Q♥ 10♠ tem 45% de equidade contra A♠ A♣ 9♠ 2♣. E com um backdoor wrap e uma queda para flush na última carta em um flop de J♦ 6♥ 5♦, uma mão como A♦ K♦ Q♥ 10♥ melhora para 49,9% de equidade — um coinflip — contra A♠ A♣ 9♣ 2♣. (Nota: se as percentagens parecerem maiores do que o que você espera, é porque dois pares até a última carta e straight draws são muito mais prováveis de ocorrer em Omaha do que em hold’em).

Dito isso, o nut flush draw sozinho tem mais de 40% de equidade contra A-A-X-X, então é difícil errar ao dar shove com o nut flush draw apenas quando a SPR é 2, mesmo quando você sabe que seu oponente tem A-A-X-X. De fato, as percentagens são próximas o suficiente para tornar correto dar shove com o nut flush draw em situações de SPR baixa como regra geral.




WRAP (conceito)

Uma mão inicial, não necessariamente uma queda depois do flop, na qual todas as suas cartas têm um valor aproximado (cartas para straight). O melhor wrap é 8-9-T-J com duas do mesmo naipe. Simplesmente uma mão inicial com várias de cartas para um straight.

Nota do editor: Essa coluna é um excerto editado do novo livro de Jeff Hwang, Advanced Pot-Limit Omaha: Small Ball and Short-Handed Play, que será lançado em breve, em português, pela Raise Editora.




sábado, 21 de setembro de 2019

Como Detectar o Blefe no Poker


Detectando o Blefe



Três elementos principais para detecção




por Bob Ciaffone


Existem três elementos principais na detecção de blefes: “tells”, conhecimento do oponente e reconhecimento do tipo de situação. Discutiremos cada um deles.

Tells é o termo do poker para os maneirismos do oponente, dicas físicas que podem retratar o estado mental e o significado da aposta dele. Você não pode usar essas tells quando joga poker online. O único “maneirismo” que se consegue observar é o tempo que alguém leva para jogar. Contudo, esse tempo pode ser resultado de se estar jogando em vários mesas. O oponente pode precisar fazer uma jogada rápida para poder ir adiante e se concentrar em uma situação em outra mesa, ou pode se atrasar porque já está envolvido naquela situação. Existem outras distrações que afetam o ritmo e podem influenciar também: um telefonema, uma campainha, uma criança ou um cônjuge.

Em um jogo ao vivo, uma tell pode afetar bastante sua decisão. Eu não converso muito na mesa quando estou em uma mão. No entanto, alguns de meus alunos que são bons jogadores e se encontram diante de uma grande aposta gostam de conversar com o oponente. O que me surpreende é que eles obtêm sucesso em conseguir que o adversário comece a falar! E se o oponente começa a falar, ele em geral se entrega — especialmente se não estiver blefando. Eu vejo, é claro, esse tipo de conversa com o quem colocou a aposta, e a vejo ser respondida. Na maior parte do tempo, eu tenho uma sensação forte sobre uma ou outra coisa, e formulo uma opinião sobre como uma aposta deve ser respondida. Então, meu conselho é fazer com que o oponente fale quando aposta e manter sua boca fechada quando você estiver fazendo a aposta.

Eu chego a muitas conclusões com base no ritmo do oponente. Muitos deles, quando seguram uma mão forte, fazem uma “hesitação cortês”, levando cinco ou dez segundos para agir mesmo quando sabem o que vão fazer. Se você vir essa pessoa agindo sem dar uma pausa e sendo pega blefando, essa é uma informação válida que deve ser armazenada para uso posterior. Para interpretar ritmo ou maneirismos com confiança, é bastante útil saber algo sobre o oponente, em vez de interpretar uma ação de determinada forma independentemente de quem a execute. Por exemplo, se você começar a apostar e seu oponente pegar as próprias fichas antes de você ter colocado qualquer montante no pote, na maioria das vezes ele está tentando fazer com que você pare de apostar ou induzir uma aposta menor. Entretanto, ele ainda pode lhe pagar a contragosto. Além disso, um novato no poker pode não saber que você tem a opção de parar sua aposta e estar apenas se preparando para agir. Portanto, é preciso ter em mente que uma leitura de um oponente é muito mais confiável se você já tiver algo com que comparar quando aquele mesmo jogador se envolveu em uma situação similar.



A psicologia do poker é tal que um jogador fica muito mais propenso a blefar quando está perdendo. Um jogador que está por baixo vai procurar se recuperar, e geralmente tem pressa em fazer isso. O resultado é que ele joga mais mãos e, portanto, fica mais propenso a entrar em uma situação ruim na qual a única maneira de ganhar é usando a força. Ele também fica mais disposto a colocar fichas em risco executando um grande blefe. Os possíveis resultados de se afundar ainda mais ou se recuperar não são vistos como probabilidades de igual valor. Ao decidir se deve ou não pagar um possível blefe, uma consideração importante é saber se o oponente está no lucro ou no prejuízo.

Eu acho que o fator número um que vai lhe permitir detectar blefes (e evitar pagar apostas fortes quando o oponente tem uma mão monstro) é perceber que um jogador que tem uma mão decente não está disposto a fazer um grande blefe. Simplesmente mostrar uma mão em vez de declarar que ela tem um valor maior para representar um monstro é tanto poker bem jogado quanto uma inclinação humana natural. Blefes são compostos principalmente de draws não que não bateram. Eis algumas mãos que ilustram esse princípio:

Você recebe A-K do mesmo naipe em posição final e um jogador em posição inicial paga o big blind de $25. Você aumenta para $100 e o limper é o único que dá call. O flop vem K-9-3 rainbow, e ele pede mesa. Você aposta $175 e ele paga. O turn é um dois do quarto naipe, ele pede mesa e você aposta $400. Ele paga. No river, um 7 surge, ele aposta $1.200. O que você deve fazer? Contra um oponente que não seja louco, seu A-K não é bom. Se ele tivesse algo como A-Q ou A-J, teria pedido mesa novamente para depois decidir o que fazer se você apostasse. Obviamente, um oponente pouco experiente é capaz de fazer uma jogada maluca em qualquer situação, especialmente em uma mesa barata — mas esse não é um jogo de limites baixos. Na verdade, eu dei fold aqui, e meu oponente me disse mais tarde que tinha flopado uma trinca. Eu acredito que essa tenha sido a verdade. Tive sorte de não haver um flush draw no flop, senão teria sido muito mais difícil largar. Se você se deparar com uma aposta grande em uma situação na qual não há draws no flop, é provável que você esteja diante de uma mão forte em vez de um blefe.

Eis uma situação em que havia um draw no flop. Eu estava em um cash game online com blinds de $5-$10 vários anos atrás. Eu tinha K-Q no button em um pote sem raise com quatro jogadores na mão. O flop veio K-X-X com duas cartas de ouros. O limper UTG apostou $20, que eu paguei. A carta seguinte não parecia grande coisa, e ele apostou $40. Eu paguei de novo. O river foi um humilde dois de outro naipe, absolutamente inofensivo. Para minha surpresa, meu oponente apostou $150. Tive a impressão de que, se ele tivesse flopado um jogo grande, teria apostado valores mais altos desde o início para proteger sua mão, em vez de deixar tudo livre com uma explosão no final. Eu paguei. Sem surpresa, meu oponente estava apostando com o nut flush draw que não bateu. ♠

Fonte: CardPlayer




quarta-feira, 18 de setembro de 2019

O Tamanho Perfeito da Aposta



4 REGRAS QUE VÃO TE AJUDAR A ESCOLHER O TAMANHO PERFEITO DA APOSTA




por George Mathias - Traduzido e adaptado por Luigi Soncin


Escolher o tamanho das apostas (size bets) é uma tarefa desafiadora em No Limit Hold’em.

Não existe um size “perfeito” que pode ser usado em todas as situações. O size ótimo/perfeito dependerá de uma série de fatores, dentre eles: ação pré flop, textura da mesa, tamanho dos stacks e qual jogador que tem o range mais forte (range com maior equidade, isto é, quem tem o que chamamos de “vantagem de range”).

Nesse artigo, nós vamos conversar sobre 4 regras gerais que vão te ajudar a escolher um size bet vencedor em cada situação – seja ele 30% do pote ou uma overbet gigantesca. Cada regra é ilustrada com uma mão de exemplo, que foi jogada pelos membros do Upswing Lab e analisada pelo Doug Polk.

Vamos lá!


REGRA #1: USE APOSTAS PEQUENAS (25-35% DO POTE) EM FLOPS SECOS E BORDOS ESTÁTICOS
Esse tamanho de aposta funciona tanto para extrair valor quanto para negar a equidade do seu adversário quando ele desiste da mão. Em bordos secos, entretanto, negar equidade não é um fator tão relevante porque a maioria das mãos do adversário tem pouca equidade contra nossas mãos que apostam para extrair valor. Quando negar equidade não é um fator importante, você tem mais incentivos para usar sizes pequenos.

Outro benefício de usar um tamanho de aposta pequeno em bordos secos é que o range que vai pagar sua aposta é inelástico – isto é, a porcentagem das vezes que o adversário pagará sua aposta não varia muito de acordo com o tamanho dela. Então por que arriscar apostar mais com seus blefes quando você consegue o mesmo resultado arriscando menos?

Finalmente, apostas pequenas funcionam bem como um ajuste explorável contra jogadores que desistem frequentemente. Isso é particularmente verdade no poker live e nos jogos fáceis do online, que os jogadores jogam para acertar ou foldar.

Eis uma mão jogada por um membro do Upswing Lab que demonstra esse conceito:
ONLINE CASH 6-HANDED. STACK EFETIVO DE 100BB

Herói recebe 6♦ 5♦ no CO.
UTG fold. MP fold. Herói aumenta para 2.5bb. BTN fold. SB folds. BB call.

Flop (5.5bb): A♦ 8♠ 3♣
BB pede mesa. Herói aposta 1.8bb. BB foge.

ANÁLISE DO DOUG

Em um bordo seco como A♦ 8♠ 3♣, um size bet pequeno (33% nesse exemplo) é o que mais faz sentido. Isso acontece porque nosso range de valor (88, 33, A8s, AK, AQ, AJ) tem poucas chances de ser derrotado nas streets futuras, então nós não temos incentivo para evitar que o adversário acerte seu jogo.

Na calculadora de equidades, como você pode ver abaixo, nós podemos ver o quão pequena é a equidade do range do big blind contra o nosso range de valor:




A equidade do range do BB é de 11,32%

E esse quadro mostra as equidades de cada mão do range do big blind contra o nosso range de valor (isto é, não contamos o range de blefe):




Essa discrepância majoritária de equidade do range do big blind comparada com o nosso range faz com que elas não sejam uma ameaça para nosso range.

Além disso o range de call do big blind é inelástico nessa situação. Mãos como KJo vão fugir naturalmente independentemente do size que apostarmos, porque tais combinações tem uma jogabilidade terrível nas rodadas seguintes e estão praticamente mortas contra nossas mãos fortes.

REGRA #2: USE UM TAMANHO GRANDE (55~80% DO POTE) EM BORDOS MOLHADOS E DINÂMICOS
Quando seu range de valor é vulnerável e pode ser vencido por outros jogos em streets futuras você deveria usar um size bet alto. Essa estratégia tem três benefícios notáveis:
Apostas grandes te permitem extrair mais valor e construir um pote maior quando você tem uma grande mão.
Nós queremos extrair valor quando nossa mão é forte (temos uma alta equidade), como ainda há o turn e o river queremos apostar forte para extrair o máximo de valor pois é possível que a força da nossa mão seja reduzida e passemos a ter de uma mão de valor a um mero bluff catcher. Por exemplo: quase metade do baralho é ruim quando temos 9♣ 9♦ no bordo T♥ 9♥ 5♠ 4♠.
Apostas gordas aumentam a probabilidade do seu adversário fugir (ou seja, gera uma fold equity maior), fato que torna seus blefes mais efetivos.

(Note que esse item se aplica nessa situação, pois o range do adversário é elástico)

Essa mão foi jogada por John C. e analisada pelo Doug Polk no Upswing Lab
ONLINE CASH 6-HANDED. STACK EFETIVO DE 100BB.

Herói recebe A♣ A♥ no BTN.
UTG aumenta para 3bb. MP paga. CO fold. Herói aumenta para 11bb. SB fold. BB fol .UTG call. MP call.

Flop (34.5bb): 2♠ 5♥ 3♠
UTG pede mesa. MP dá check. Herói aposta 12bb. UTG paga. MP paga.

Turn (70.5bb): 8♣
UTG check. MP check. Hero aposta 22. UTG fold. MP call.

River (115.14bb): 6♥
MP check. Herói…?

ANÁLISE DO DOUG

Essa aposta no flop de 33% é muito pequena dada a textura da mesa e o fato de ser um pote com vários jogadores (multi-way pot). O bordo é baixo, mas não é tão estático – nosso oponente pode ter uma variedade de flush draws e backdoor draws.

O tamanho do nosso stack é outra razão pela qual queremos apostar mais alto nesse flop. Se apostarmos 22 blinds (65% do pote) e recebermos um call de um jogador, nós veremos o turn com 78,5 blinds em um pote com 67 blinds. Essa proporção do stack em relação ao pote* nos permite dar all-in confortavelmente no turn (mais sobre isso na dica #3).

Quando nós usamos um tamanho de aposta que nos permite ir all-in no turn, nossos blefes vão gerar uma fold equity maior e nossos adversários não terão um preço justo que os permita pagar para acertar seus draws.

REGRA #3: O SPR PRECISE INFLUENCIAR O TAMANHO DA SUA APOSTA

Seu SPR é um fator importante para decidir quanto apostar. Você precisa se antecipar e pensar lá na frente, considerando qual será o tamanho nas rodadas futuras e como você pretende jogar suas mãos de valor e seus blefes.

Se mantendo consistente com o seu tamanho de aposta no flop, turn e river te permitirá gerar uma ótima fold equity. Muitos jogadores apostam muito alto no flop e no turn e como resultado tem um stack muito pequeno, em relação ao pote, no river, fato que faz com que haja pouca fold equity.
150 / 300 TORNEIO AO VIVO 9-HANDED. STACK EFETIVO DE 21,000.

Herói recebe Q♥ Q♦ no BTN.
UTG paga. UTG+1 paga. LJ paga. HJ fold. CO fold. Herói aumenta para 1200. SB fold. BB call. UTG+1 call. LJ call.

Flop (5,250): 3♠ 6♣ 9♥
BB pede mesa. UTG+1 check. LJ check. Herói aposta 3,000. BB fold. UTG+1 call e LJ fold

Turn (11,250): J♦
UTG+1 check. Herói aposta 7,000. UTG+1 aumenta para 15,000. Herói dá all-in de 16,800. UTG+1 paga e mostra 6d6h.

River (44,850): 5♣

ANÁLISE DO DOUG

O primeiro erro no tamanho da aposta é o size pré-flop – algo entre 1800 e 2000 fichas teria sido melhor. Com três limpers já no pote, nós queremos aumentar para um size que não dê aos nossos adversários um bom preço para pagar. Isso é especialmente verdade quando temos QQ uma vez que elas jogam melhor com um SPR baixo e quando poucos oponentes veem o flop.

Supondo que fizéssemos 1,800 e recebêssemos o mesmo número de calls o pote no flop seria de 7650 e teríamos 19200 no stack. Considerando nosso SPR, usando um size de 5.000 (65% do pote) nós teríamos um ótimo all-in no turn – 14,200 em 17,650 supondo que apenas uma pessoa pague (~80% do pote). Esse procedimento nos permite extrair o máximo de valor com nossas mãos fortes enquanto garante uma ótima fold equity para nossos blefes.

REGRA #4: USE OVERBETS QUANDO VOCÊ TEM VANTAGEM DE NUTS

Overbets funcionam bem quando nos flops que você tem vantagem de nuts em relação ao range do seu adversário.

Um range de overbet também deveria ser polarizado – ou seja, composto apenas por mãos fortes e por blefes. Novamente: quando usamos um size alto extraímos o máximo de valor com nossas mãos.

Os blefes de overbets mais efetivos geralmente são mãos que bloqueiam as mãos fortes com que o adversário provavelmente pagaria a aposta. O melhor exemplo é usar esse blocker do flush nuts: A♦ K♠ em Q♦ 8♦ 2♣ 6♦ 3♠.

Essa mão foi jogada pelo Doug e ele analisou sua overbet:
$100 / $200 HEADS-UP. STACK EFETIVO DE $59,416

Doug recebe 4♦ 2♦ no big blind.

BTN aumenta para $700. Doug paga.

Flop ($1,400): 5♠ A♥ Q♦
Doug check. BTN aposta $980. Doug call.

Turn ($3,360): 3♣
Doug check. BTN check.

River ($3,360): 7♦
Doug check. BTN aposta $1,500. Doug aumenta para $10,800. BTN paga e perde com A♠ 2♥.

ANÁLISE DO DOUG

Nós podemos fazer algumas suposições sobre o range do BTN uma vez que ele deu check no turn:
No range dele não tem o nuts (42) porque com certeza ele teria apostado no turn
No range dele não tem nuts no river (64) porque um 64 provavelmente seria usado como semi-blefe
As trincas e dois pares do range do BTN (AA, QQ, 55, AQ, A5) são pouco prováveis no river porque ou ele daria slow-play no flop ou continuaria apostando no turn

Uma vez que é pouco provável que nosso oponente tenha o nuts no river, nós podemos construir nossa estratégia de overbet. Aqui está como nós vamos dividir nosso range de valor:
Overbet check-raise com nossas mãos mais (64, 42, 55, 33)

Dar check-raise aqui nos permite extrair uma aposta a mais dos blefes do nosso adversário e extrair o máximo quando nosso adversário paga com uma mão de valor (como o A2o aqui).

Nós precisamos inserir alguns blefes nessa jogada para que ela esteja balanceada. 54 é um candidato perfeito porque ele bloqueia os combos de trinca (55), de dois pares (A5, Q5, 53) e de sequência (42 e 64).

O tamanho do nosso check-raise nessa situação deveria sempre ser grande (pelo menos 2x o tamanho do pote) porque nós estamos representando um range polarizado.
Overbet com o resto das nossas mãos de valor (35, A5, A3, A7 e algum Ax)

Nós podemos então sair liderando uma aposta maior que o pote com nossas mãos médias-fortes, pois previne que o adversário dê check atrás no river.

Isso é tudo que temos para hoje.

Se você tiver alguma sugestão de tópicos futuros, deixe nos comentários abaixo!

Fonte: ROYALpag


domingo, 15 de setembro de 2019

Ranges de Mãos


Pensar em Ranges de Mãos pode melhorar seu Jogo de Poker




Por Arved Klöhn / Daniel Fidalgo

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Qual é a sua opinião sobre seu adversário? Como deve atuar quando está numa mão? Fique a conhecer as vantagens de colocar o seu adversário num range de mãos.

Neste artigo, Arved Klöhn vai ensinar o que é um “range” no poker e como eles o podem ajudar no seu jogo e melhorar seus resultados nas mesas.

Você já alguma vez viu o filme “Rouders”? De certeza que sim. É um grande filme. Se você nunca o viu, deveria de o fazer.

Existe uma cena impressionante em particular neste filme, quando o personagem principal Michael (interpretado por Matt Damon) interrompe o jogo caseiro do seu professor para lhe entregar alguns trabalhos.

Segundos depois de ver as expressões faciais de cada jogador na mesa ele diz o que cada um tem nas mãos.

Bem, Michael é um prodígio no poker e apenas KGB o pode parar no seu caminho para a fama.

Isso é o que os prodígios do poker e jogadores profissionais de poker fazem certo? Lêem as mentes e sabem exatamente as mãos de seus adversários. Esse é o seu dom?

Mas só que não, não é. Ler as mentes não funciona, somente em filmes.

O Rouders é um filme excelente, mas é ficção. E a forma como o protagonista lê as mãos também é ficção.

Nenhum jogador de poker é assim tão dotado ao ponto de saber as cartas exactas do seu adversário. E tentar fazê-lo é normalmente fútil e prejudicial para o seu jogo. Vamos analisar uma simples mão e ficar a perceber porque a leitura da mente não funciona:

Como não ler as mãos

Estamos a jogar $1/$2 Texas Hold’em e temos na mão par de dez (ThTs) numa posição intermediária. Depois de alguns folds, abrimos o pote com um raise para $6. Apenas o jogador do botão dá call. Estão agora $15 no pote e nós vamos ver o flop:




Somos os primeiros a falar e apostamos $12 com o nosso par de mão. O nosso adversário sobe para $40 e nós temos um stack de $182 para trás. O que fazemos agora?

Bem, nós de certeza que estamos numa posição complicada. Temos uma boa mão, mas não assim tão boa e existem muitas cartas no turn que não vamos querer ver (qualquer carta de paus, qualquer carta igual ou superior a valete).

Também não queremos ser blefados e não queremos perder o nosso stack caso o jogador tenha melhor mão que nós. Então vamos tentar colocar o nosso adversário numa mão. Aqui ficam algumas formas de como pode funcionar:
- Nosso adversário é muito conservador, então ele tem uma trinca e nós estamos batidos
- Nosso adversário é muito agressivo e certamente apenas tem um flush draw
- Nosso adversário é um jogador fraco e apenas tem o o maior par da mesa
- Nosso adversário joga sem medo e decerto que tem uma mão com um ás e apenas nos quer assustar da mão

Qualquer uma destas hipóteses parece boa se você conhecer muito bem seu adversário. Mas na realidade são terríveis mesmo que você conheça seu adversário perfeitamente.

Coloque o adversário em todas mãos possíveis de uma vez

Então o que estava mal com o raciocínio anterior? O problema é que estávamos a tentar colocar nosso adversário numa mão em particular.

Coloque-o em todas as mãos possíveis

Sim, no final de contas ele apenas está a jogar uma mão. Mas neste momento não sabemos que mão ele tem.

A menos que ele nos mostre suas cartas, nós não temos a certeza que cartas são. Então porque agimos como se tivéssemos um dom mágico de ler a sua mão? Simplesmente não conseguimos nem deveríamos tentar fazer isso!

Quase nunca temos informação suficiente para saber a mão exata de nosso adversário e existe uma grande possibilidade de estarmos muito enganados com a nossa leitura.

Nós iremos parecer insensatos (e perder muito dinheiro) se pensarmos que o nosso adversário tem um flush draw e ele nos tiver dominando com uma trinca.

Então o que fazemos em vez de colocarmos o nosso adversário numa mão específica? É bastante simples, nós colocamos ele em todas as mãos possíveis.

Pode parecer um pouco descuidado mas na realidade é muito mais sensato e confiável do que o colocar numa só mão.
Provavelmente não tem um par alto

Vamos aplicar alguma lógica

Vamos voltar ao exemplo anterior e aplicar alguma lógica para sabermos o que o nosso adversário tem nas mãos. Antes de sua ação na mesa, não sabemos nada sobre sua mão, então qualquer possibilidade é real.

Existem 1,326 mãos iniciais no Texas Hold’em. Mas uma vez que nós temos duas cartas (ThTs) ficamos apenas com 1,225 combinações possíveis para o nosso adversário. Antes de sua primeira ação na mesa ele pode ter qualquer uma destas mãos.

São muitas combinações a ter em conta, mas felizmente podemos retirar muitas delas desse leque (quase todas) depois da sua primeira ação.

Qual foi a sua primeira ação? Então, ele deu call ao nosso raise pre-flop. Agora vamos pensar que mãos ele pode ter para fazer isso.

Para manter as coisas simples, vamos assumir que ele é um jogador direto e que não esconde as melhores mãos em pré-flop. Neste caso podemos eliminar uma grande quantidade de mãos iniciais.

Este tipo de jogador não iria dar call a um raise pré-flop com 7-2 ou T-3. Depois da sua ação o nosso oponente terá na maioria das vezes uma das seguintes mãos: um par de mão, duas cartas altas ou algumas cartas médias conetadas do mesmo naipe.

Ele não deve ter um par de mão alto, porque nesse caso ele iria fazer re-raise pré-flop.

Vamos analisar todas as possíveis mãos

Já sabemos algumas coisas sobre a mão do nosso adversário. A sua ação no flop (em que apareceu 8c7c2d) diz-nos ainda muito mais.

Ele subiu a nossa aposta e ameaçou jogar para o stack. Vamos ver com que mãos ele poderia ter para nos subir a aposta:
- Uma trinca (88,77 ou 22)
Dois pares (87 do mesmo naipe – todas as outras variantes de dois pares ele teria desistido pré-flop)
- Qualquer par alto (99, TT, JJ – Ele subiria qualquer par acima de QQ em pré-flop)
Um projeto de flush
Um projeto de sequência (T9 ou 65 suited)
Um bluff

Com outras mãos ele teria dado call ou apostado (por exemplo com 98 para par alto) ou simplesmente desistido (com todas as mãos desemparelhadas com flush draw).

Dependendo do que conhecemos do adversário nós poderemos estreitar estes leques ainda mais. Para um jogador direto, podemos quase eliminar a possibilidade de bluff nesta situação – ele teria situações melhores para fazer isso.

Agora em vez de tentarmos decidir qual destas mãos o nosso adversário tem nesta situação, e jogar de acordo com essa leitura, nós vamos colocá-lo em todas essas possibilidades de uma só vez e tentar jogar de uma forma que funcione bem contra a maioria dessas mãos iniciais.

Pensa em ranges de mãos

O que fizemos até agora foi estabelecer um range de mãos para o nosso adversário. Agora só temos que descobrir como jogar contra esse range.

Vamos contar e fazer alguns cálculos de equidade para vermos como o nosso par de 10s joga contra cada uma das mãos possíveis do range do nosso adversário (lembre-se que nós temos um par de 10s num flop com 8c7c2d):





Esta tabela mostra o range completo de mãos para o nosso adversário nesta situação específica e a nossa equidade contra cada possibilidade.

Podemos ver de uma forma direta que estamos muito atrás contra trincas, dois pares e valetes. Que estamos quase em coin flip contra flush draws e projetos de sequência. Apenas somos favoritos contra par de noves.

Ao sabermos isto, é bastante simples saber qual a decisão a tomar: simplesmente fazer fold. Não precisamos de saber o que o nosso adversário tem nas mãos.

Basta saber que existem mãos suficientes neste range que nos ganham e poucas mãos em que estamos à frente. Até contra os projetos (que são semi-blufs no flop) quase que não estamos à frente.
Será “pensar em ranges” assim tão importante?

Esta probabilidade é de 42%. Não somos favoritos para ganhar esta mão e podemos desistir sem qualquer problema.

Porque é importante pensar em ranges

Demoramos algum tempo e fizemos algum esforço para desenvolvermos um range de mãos para o nosso adversário neste exemplo.

Será que isto de “pensar em ranges” é assim tão importante e você tem que pensar assim tanto em ranges para se tornar um bom jogador de poker?

A resposta é simples: Sim, é muito importante. Você deve começar a trabalhar suas capacidades de ler ranges o mais rápido possível e praticar muito. Isto vai melhorar seu jogo drasticamente.

Vamos voltar atrás ao nosso exemplo e tentar adivinhar a mão do nosso adversário.

Se o colocarmos numa mão fraca (como um par pequeno) queremos que coloque todas as suas fichas na mesa. Mas se colocarmos nosso adversário numa grande mão (como uma trinca) não queremos colocar dinheiro no pote.

Se sua leitura estiver enganada, nossa jogada será também desastrosamente errada. Um pequeno erro na nossa leitura pode levar-nos a consequências infelizes.

Mas se pensarmos em termos de ranges isto não se aplica. Mesmo que você não esteja 100% correto ao colocar o seu adversário num range, não deve estar muito enganado. Esquecer-se de algumas mãos ou colocar mãos a mais no range não altera assim tanto a probabilidade geral de ganhar a mão.

Pode subir ou descer uns 5% mas de uma forma geral a nossa jogada não irá se alterar mesmo que existam alguns erros na concepção do range. Pequenos erros não vão levar a consequências graves.

Quando você pensa em ranges, basicamente você está tentado saber como jogar contra a média de seu adversário. Quantas mais opções de ganhar você tiver, mais inclinado deve ficar para colocar seu dinheiro em jogo. Quanto menos opções tiver de vencer, mais inclinado deve ficar para desistir de sua mão.

É muito simples. E é por isso que todos os profissionais de poker pensam em ranges. Você também o deveria fazer!

Não é complicado tomar essas decisões no momento?

É bastante óbvio que você não pode pensar sempre em toda esta análise durante uma mão.

Mas os bons jogadores de poker são bastante bons neste tipo de raciocínio, a saberem o range do adversário em segundos e a realizar cálculos de equidade contra estes ranges.

Praticar isto fora das mesas é uma boa forma de dominar os ranges. Isto permite que você faça cálculos rápidos e a analise o range de forma bastante acertada, o que normalmente é o suficiente para tomar uma boa decisão quando joga.
Seja um profissional

Aqui ficam alguns conselhos de como melhorar sua capacidade de leitura de ranges de mãos:
- Não é necessário saber detalhadamente todas as mãos possíveis. Normalmente basta saber contra quantas mãos somos realmente favoritos, contra quantas estaremos a perder e contra quantas estaríamos num coin flip.
Não é necessário saber as probabilidades exatas, ter uma ideia geral é suficiente
Habitualmente os ranges são muito sólidos. Assim mesmo que você cometa alguns erros quando está estimando-os, não irá modificar o resultado final em demasia.
Os ranges podem ser usados em praticamente todas as decisões durante uma mão. Por exemplo, nos bluffs. Se você estimar que 60% do range do seu adversário não poderá dar call a uma aposta de tamanho razoável (talvez porque tem muitos draws falhados em sua mão) um bluff é muito proveitoso.
Os ranges requerem muito esforço. Os jogadores profissionais despendem muito tempo treinando suas habilidades em estimar ranges e percentagens para que possam usar este conhecimento e técnica nas mesas

Seja um profissional

A capacidade de frequentemente e rapidamente pensar em ranges é uma das imagens de marca de um bom jogador de poker – não é a capacidade de ler mentes como aparece nos filmes.

Normalmente quando você vê um jogador fazer calls incríveis ou folds na TV, e os apresentadores atribuem essas ações a fantásticas leituras de mão, você está a testemunhar um jogador profissional exercendo grande capacidade de leituras de ranges ou a um jogador ignorante a ter sorte depois de uma má decisão.

Podem parecer o mesmo, mas o jogador profissional vai estar certo muito mais vezes que o jogador ignorante.

Seja esse jogador profissional e pense em ranges de mãos!



sábado, 14 de setembro de 2019

Relação de Dinheiro Grátis - Ativos em Setembro / 2019






Relação de Dinheiro Grátis

Ativos em Setembro / 2019






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quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Início de Torneios


9 Dicas para o Início de Torneios




por Diógenes Malaquias


Seguindo o modelo do último artigo, vou apresentar uma série de dicas para jogarmos a fase inicial de um Multi-Table Tournament (MTT).


1 – Posição é tudo
Identifique os jogadores mais recreativos, os fishes e looses da mesa. Sempre tente jogar contra eles em posição e com um range forte. Enfrentar alguém fraco em posição é, talvez, a situação mais lucrativa do poker.


2 – Analise seu jogo
Procure pesquisar sua taxa de queda nas fases iniciais de torneios, com ajuda do Official Poker Rankings (OPR), por exemplo, e compare com a de outros profissionais para, se necessário, ajustar e ter uma estratégia melhor definida.


3 – Estude o jogo deep stack
Treine seu jogo deep stack. Pratique cash games para ter um pós-flop bem sólido, já que em situações como essa, você quase sempre terá até o river pra extrair valor de uma mão. Atualmente, há bons jogadores de cash game que vêm se dedicando aos torneios e que possuem uma lucratividade muito grande no início dos mesmos.


4 – Evite blefes
Depois do flop, blefe menos e dê preferência por mãos que tenham valor, principalmente nos micro stakes. Torneios mais baratos são repletos de jogadores recreativos que gostam de dar calls com mãos marginais.


5 – All-in, não!
Evite ir all-in pré-flop com mãos marginais ou entrar em algum tipo de level (metagame) logo no início.
Lembre-se que o ITM geralmente paga 10% do field do torneio e que 1/3 da premiação vai para os três primeiros colocados. Então, valorize a sua tournament life e evite jogadas de variância alta, pois, normalmente, dobrar o seu stack não lhe dá tanta vantagem sobre a mesa.


6 – Abra o seu leque
Em posição, jogue os seus suited conectors e pares de mão, mesmo em potes com mais de um adversário. Assim, criamos um cenário lucrativo. Não abuse dando calls marginais, mas também não espere só por mãos prêmio.


7 – Evite perder fichas
O ICM (Independent Chip Model) nos diz que ao perder fichas o seu $EV (valor esperado monetário) cai consideravelmente, mas que aumentando o seu stack, a mudança no $EV é bem menos acentuada. Ou seja, no inicio de torneios, fichas perdidas trazem danos maiores do que os benefícios das fichas ganhas. Então, jogue mais tight.

E não se apegue muito às mãos. Saiba dar fold . Não vale a pena se matar por potes pequenos no início. Não temos que decidir o torneio neste momento. A prioridade é ficar vivo e ganhar potes em situações favoráveis.


8 – Steal, também não!
Roubar os blinds (steal) não tem tanto sentido, pois ainda não teremos os antes. Portanto, a relação entre o custo de tentar o steal e o benefício do ganho de fichas, quando ele for bem sucedido, não é atrativa.


9 – Aproveite oportunidades para isolar os limpers
Última dica: em posição, isolar os jogadores que entram de limp pode ser uma boa maneira de aumentar o seu stack; de forma lenta, é verdade, mas constante. Lembre-se que esses jogadores estão vulneráveis devido ao amplo range de mãos que eles apenas pagam pré-flop.



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segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Lições de Vida e Poker


LIÇÕES DE VIDA PARA APRENDERMOS COM O POKER




Muito leigos ainda encaram o poker como um jogo de azar, mas para os amantes dessa modalidade, ele é muito mais do que um jogo de cartas. Afinal, é preciso assumir riscos, tomar decisões sob pressão, lidar com as derrotas e aprender a controlar o orçamento. Pode-se dizer que o poker nos dá lições de vida.

Diversas situações vividas nas mesas de poker, são semelhantes às vivenciadas no dia a dia e os jogadores de sucesso são aqueles que conseguem lidar com todas as variáveis, alcançando seus objetivos em outras áreas também.

Por isso, neste post, listamos 4 lições do poker que devem ser levadas para fora do feltro. Confira!


1. SER UM BOM OBSERVADOR

Até mesmo os iniciantes no poker sabem que não se deve jogar apenas com as cartas. É preciso descobrir de que mão o oponente dispõe, para tentar antecipar suas possíveis ações. Isso requer muita observação e perspicácia, pois decifrar bem os tells, entendendo a linguagem corporal, pode definir um torneio.

É preciso ficar atento os trejeitos dos oponentes, de acordo com suas jogadas. Na vida, quando se está diante de uma negociação, buscando alcançar um objetivo também é necessário observar o interlocutor para compreender o seu estado de espírito.

2. ASSUMIR RISCOS

Se você já estudou o básico do poker, sabe bem que a passividade é uma estratégia que não leva ao sucesso. Na maioria das vezes você receberá mãos ruins e mesmo quando tiver boas cartas pré-flop é muito mais provável que não acerte o flop.

Se você não estiver disposto a assumir riscos, vai ficar apenas despejando fichas na mesa para os oponentes. No tópico anterior, falamos sobre observação, mas de nada adianta ser um bom observador, se você não estiver disposto a sair de sua zona de conforto e arriscar.

Na vida também é assim, de nada adianta alguém ter uma grande ideia, com grande potencial, se não estiver disposto a apostar suas fichas nisso e fazer acontecer. Boas ideias, sozinhas, não constroem nada. Atitudes sim!

3. PENSAR A LONGO PRAZO

É possível passar horas jogando poker em bom nível, devido ao período de boas recompensas para o cérebro, que são ganhar mãos e avançar no torneio. Porém, basta uma bad beat para que tudo caia por terra e se passe a tomar decisões equivocadas, que podem custar todo o bankroll.

É necessário trabalhar o controle emocional e passar a enxergar o poker como uma modalidade de recompensas a longo prazo, mantendo um jogo de qualidade e avaliando as mãos após os torneios, analisando os erros e criando um processo de melhoria contínua. Os erros devem ser encarados como uma lição para as próximas mesas.

Isso também vale para a vida, pois muitas vezes algo bom é deixado de lado quando se enfrenta o primeiro obstáculo, apenas por não se pensar a longo prazo e por não usar os erros como uma fonte de aprendizado.

4. TER UMA BOA GESTÃO FINANCEIRA

Assim como na vida, no poker, quando se gasta mais do que se ganha, o saldo fica negativo. Por isso, qualquer investimento deve ser muito bem planejado. Você não deve investir todo o seu dinheiro em apenas um negócio, afinal, se ele quebrar, você vai à falência. A palavra-chave nesse cenário é diversificação.

O mesmo vale para a gestão de banca no poker: se você colocar toda o seu capital em um único torneio, as chances de quebrar vão ser maiores. Se diversificar, com uma projeção de retorno alta nos investimento, ou seja, dividindo o bankroll em vários torneios de poker menores, as chances de lucro vão aumentar.

Viu como você pode extrair lições de vida no poker? Essa modalidade apresenta várias nuances e é um jogo que vai muito além das cartas e fichas, feito das mesmas estratégias usadas no dia a dia.