sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Robô Humilha Profissionais


Robô Humilha Profissionais High Stakes

em Duelos de HU



Em 120.000 mãos, Dong King, Jason Les, Jimmy Chou e Daniel Mcaulay perderam 1,7 milhão de dólares fictícios

Terminou ontem o desafio entre o robô Libratus e os profissional de high stakes Dong “Donger Kim” King, Jason “PremiumWhey” Les, Jimmy “ForTheSwaRMm” Chou e Daniel “Dougiedan678” Mcaulay. Entre os dias 11 e 30 de janeiro, eles jogaram 120.000 mãos de no-limit texas hold’em heads-up (NLH-HU) e o resultado foi embaraçoso para os humanos: $1,74 milhão no vermelho. Jason Les foi quem mais perdeu, $880.087. Dong King por sua vez, chegou a estar positivo no duelo, mas acabou também ficando negativo, $85.649.

Libratus é uma inteligência artificial (AI) desenvolvida na Universidade de Carnegie Mellon (CMU), em Pittsburgh, Estados Unidos, pelo professor Tuomas Sandholm e seu aluno de doutorado em Ciências da Computação Noam Brown. Criada para jogar NLH-HU, Libratus surgiu após seu antecessor, Claudico, ser derrotado em 2015, em um desafio semelhante, quando foram jogadas 80.000 mãos contra os profissionais Doug “WCGRIDER” Polk, Dong “Donger Kim” Kim, Bjorn Li e Jason “PremiumWhey” Les. Naquela época, os quatro dividiram um prêmio de US$ 100.000.

Libratus trabalha de uma maneira totalmente diferente da dos humanos, sua estratégia não é baseada em experiência, usa apenas algoritmos para jogar da melhor maneira possível analisando as próprias regras do poker. O algoritmo permite ainda que Libratus melhore sua estratégia de acordo com o oponente que está enfrentando, o que explica o porquê da última metade do desafio ter sido mais devastadora para os quatro profissionais.

O algoritmo do Libratus não é específico para poker. A habilidade da AI em responder a situações que não tenham informações completas, como é o caso do poker, pode ser aplicada em diversas áreas, como medicina, segurança digital, negócios etc. O centro de pesquisas da Universidade Carnegie Mellon é pioneiro em desenvolvimento de tecnologias de carros que dirigem sozinhos, tradução automática e aprendizado de máquinas. O DNA das pesquisas da CMU pode ser encontrado no Deep Blue, famoso programa de computador que derrotou o Grão Mestre Garry Kasparov em 1997; assim como no Siri, assistente digital da Apple; e no Watson, uma AI que derrotou os campeões do Jeopardy!, programa de perguntas e respostas da TV norte-americana.


Resultado do duelo entre profissionais humanos e a inteligência artificial de "Libratus". Entre parênteses valores negativos.


Os duelos contra Libratus foram no formato “duplicate poker”, ou seja, todos jogaram as mesmas mãos contra o robô. Segundo Dong King, único jogador que chegou a ficar positivo contra a máquina, as jogadas do Libratus eram poucos convencionais e incluíam muitas overbets e apostas bem pequenas, mas à medida que as partidas iam se desenvolvendo, Libratus ia se tornando cada vez melhor e mais difícil de se jogar contra. Uma das mãos que ilustra a fala de King foi jogada contra Jason Les:

Libratus aumenta do button para 250 com 8♦8♣. Les defende com A♠3♠. O flop vem A♥Q♣8♥. Les pede mesa. Libratus aposta 2.000 (quatro vezes o pote). Les paga. O turn é um K♠. Ele pede mesa, e Libratus aposta 3.500. Les paga. O river é um 3♥, Libratus vai all-in de 14.000. Les paga e vê seus dois pares perderem para a trinca do robô.

Com a derrota, os profissionais deixaram de ganhar US$ 200.000. Em todos os duelos, os jogadores começavam com stack de $20.000 (200 bbs), com blinds em $50-$100. O dinheiro era fictício.


Fonte: CardPlayerBrasil




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