quinta-feira, 20 de abril de 2017

Emoções - Quanto e Como Afetam o Jogo


Emoções

Quanto e Como Afetam o Jogo



Por Marcos Sketch


Já dizia o Rei...

Poucos anos atrás foi lançado um filme chamado “O Segredo”. Foi sucesso em todo o mundo, assim como um livro de mesmo nome. Trata-se do tema de auto-ajuda que diz que o pensamento positivo nos atrai as boas coisas.

Pois bem, o que quero discutir aqui não é isso e nem a veracidade do fato, e sim o contrário: Não acreditar nos leva à derrota! E não pelas razões descritas no filme, ou seja, não é o pensamento negativo que vai “atrair energias ruins” (ou talvez também seja, sabe-se lá), e sim o fato de que não acreditando, temos a tendência de se auto-sabotar e dificultar nossa chegada ao objetivo.

O sub-consciente do ser humano é muito poderoso, e quando não acreditamos que algo é possível, ele nos faz - sem perceber – criar dificuldades e empecilhos. Citando alguns exemplos simples: Um aspirante a um cargo numa firma que acredita não irá conseguir o emprego, mas tenta a entrevista mesmo assim. Será que vai fazer uma boa entrevista? Será que vai dar o melhor de si ou vai responder de qualquer jeito, ou se atrasar sem querer no caminho? Ou ainda um cara que acredita não ser capaz de aprender uma língua estrangeira, ou mesmo conquistar a pessoa amada. Será que vai se esforçar como deveria pra isso?

Pra conseguir quase tudo de bom na vida, é preciso muito esforço e dedicação. Se acreditamos que é impossível ou que não somos capazes, como vamos fazer o esforço necessário? 

O filme tenta nos fazer pensar o contrário, justamente pelo fato de que acreditando, somos capazes de nos dedicar o suficiente pra com isso conseguir os objetivos. Acredito portanto que seja essa a razão do sucesso de bilheteria e de vendas do livro.

Mas como é que essa introdução enorme se aplica no Poker?

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Poker é um jogo que nos faz lidar com a frustração na grande maioria das vezes. O melhor dos jogadores vai ter um ROI positivo ganhando poucos torneios e perdendo muitos - a maioria. Além disso, diferente de qualquer coisa na vida onde se leva um certo tempo até saber o resultado de uma decisão, no Poker temos o feedback instantâneo, e isso pode “mexer” com o jogo de qualquer um que toma as decisões certas e vê o resultado errado. Sem contar os períodos de bad-run onde tudo parece dar errado “de propósito”. É preciso um controle emocional quase sobre-humano pra entender de verdade e principalmente aceitar e abraçar isso (pois é justamente isso que torna o jogo lucrativo). O jogador começa a achar que não serve pro jogo, que tá jogando errado, que o software é armado, que “a culpa é dos donkeys que jogam errado”, e mais todas aquelas coisas que vocês sabem bem. Quem pode jogar Poker decentemente sob essa nuvem de emoções?

O que acontece é que somos seres emocionais, e com isso temos a tendência de tomar decisões erradas por motivos completamente emocionais. Sob emoções como essa, entramos, portanto, em modo de auto-sabotagem, deixando de agir corretamente certas pra tomar as decisões que atendem nossas emoções. Mais ou menos como ir pro gamble num cash game caro em busca de “action” após um torneio frustrante, ou arriscar tudo num coin-flip pra “tentar ficar grande ou cair logo”. É a tática do “que se dane!”, aquele pensamento que diz “já to perdido mesmo, agora tanto faz“. Jogadas que em raras vezes podem até ser boas ou dar certo, mas que são incorretas porque foram tomadas baseadas nos motivos errados. E enquanto estivermos deixando de fazer as jogadas corretas, é FATO que iremos perder.

Já dizia Roberto: “São tantas emoções...”

Qual a solução então? Nos momentos que estamos bem, tudo dá certo, as leituras são corretas, os flips “batem” e tudo mais. Porém ‘momentos’ estão além do nosso alcance! Em tese, o ideal seria se desprender de todo o tipo de emoção no jogo (incluindo por exemplo as comemorações nas grandes mãos, pois fica difícil não lamentar as bad-beats-contra quando se comemora as a-favor, né?), porém pra maioria das pessoas é impossível chegar àquele formato cara-de-parede como o de um Patrik Antonius, que não expressa emoções ao ganhar nem ao perder milhões. 

Acho que o estudo é a principal das saídas e um grande conforto, por uma simples razão: Se você estuda o suficiente, SABE que está jogando corretamente ou tomando as decisões corretas. Não vai se deixar influenciar pelo feedback distorcido que o jogo possa estar te dando, e com isso não vai cair em armadilhas de auto-sabotagem. Vai entender o porquê das situações adversas e, conseqüentemente, se deixar afetar menos (ou zero) com isso. Vai tomar as decisões baseado no que é mais correto, e não num excesso ou falta de confiança (a tal da auto-sabotagem).

A outra saída é a gestão de bankroll. E no caso em questão muito mais do que parece, porquê não é apenas a fim de evitar o risco de quebrar, e sim de evitar o risco de se afetar emocionalmente com o resultado daquelas decisões. Se você joga Poker corretamente buscando o resultado no longo prazo, tanto faz se em determinada situação você perdeu ou ganhou. Mas se tudo que você tem na conta são $1.000 e a mesma situação acontece num torneio de $109, é inevitável que perder 10% do Bankroll VAI te afetar. Se você joga dentro do bankroll (e em se tratando de torneios é necessário realmente muita folga), não vai se importar pois cada pequena situação é só mais uma e o que te importa é o todo.

Por fim, acredito que exercitar esse tipo de raciocínio, mais do que apenas estudar a técnica do jogo, é importante pra evolução de qualquer competidor, pois são pequenas coisas como essa que diferenciam um jogador world-class de um “apenas-grande-jogador”.



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