terça-feira, 10 de julho de 2018

Deal - Acordos no Poker


Vamos falar de Acordos no Poker




por Rock Barbieri



Se existe assunto polêmico no poker, esse com certeza é o acordo, também conhecido como “Deal”. Muitos dizem que isso gera dificuldades para buscar patrocínios em grandes eventos. Além disso, que seja o detalhe que falta para gerar a mudança do olhar do poker como esporte na sociedade.
O que é acordo?

Em uma reta final, jogadores entram em um denominador comum com a divisão financeira ou outras garantias da premiação. Em fields menores é extremamente comum acordos salvando o “bolha”, normalmente tirando da premiação do campeão.


Algumas histórias sobre os acordos


PCA 10 2013 100k Super High Roller – Scott Seiver Vs David Sands.

David Sands chegou na FT com 45% das fichas em jogo até a formação do HU, essa superioridade se manteve. Nesse momento houve a conversa sobre o acordo. Seiver, apesar da desvantagem em fichas e acreditar jogar melhor, queria um acordo maior do que seria justo por ICM. Sands não o quis e perdeu esse HU.


WPT Fallsview 2018 – Mike Leah Vs Ryan Yu.

Além do dinheiro e do troféu, esse HU também valia a vaga para o torneio dos campeões do WPT. Quando foi feito o acordo, após um intervalo, a diferença de fichas era considerável, com vantagem de Ryan. Porém, Ryan dava raises seguidos de folds, entregando as fichas para Leah, mostrando que um acordo foi feito. Posteriormente revelado, com o dinheiro sendo dividido por ICM e Leah ficando com o troféu, vaga e glória.


Opiniões de profissionais


Bruno Foster

“Eu sou a favor de deal. Em vários momentos eu acho interessante para o jogador. Afinal, o poker é um jogo de variância. É diferente de atletas no tênis, pilotos de F1 e outros esportes individuais, pois eles estão sempre nas finais. Para eles não faz sentido um acordo financeiro. Já no poker não é bem assim, um atleta de ponta pode passar 6, 7 meses sem cravar um torneio. É difícil o cara sobreviver investindo parte desse dinheiro para continuar jogando.

Então existem os 2 lados. Quando não tem acordo, o jogo fica mais emocionante e disputado, o esporte vibra mais. Mas também tem o lado do jogador, às vezes chega pouco em FTs e o acordo vai ajudar muito. Acontece de o jogador firmar um deal que a diferença ele não tem na conta corrente. Como isso não pode ser bom?

Eu sou a favor do acordo, desde que não debandeie o torneio depois de firmado. Então coloque o dinheiro no bolso e jogue pra ganhar, jogue pra cravar.”



Marcelo Giordano

“Uma das principais coisas que devem ser ditas sobre acordos é: Não devem haver barreiras.

Cada um tem o seu motivo para aceitar o acordo. Seja acordar cedo no dia seguinte, cansaço ou que o dinheiro já seria o suficiente. Se todas as partes estão de acordo, que mal há nisso?

Da mesma forma, quando a pessoa não quer fazer o acordo, deveria ser melhor aceito. Normalmente essa pessoa é esculachada, mas se ela quer jogar. Novamente, que mal há nisso?

Já no meu ponto de vista, quando é feito um acordo e termina o torneio, perde-se o tesão no jogo. Quantas vezes você fará uma FT, 3handed ou Heads Up durante o ano? São dinâmicas que fazem parte do jogo, é importante passar pela experiência. Mas entendo que se os jogadores não se importam com isso, não tem mal nenhum em firmar o deal.

Comigo na mesa, jamais seria feito um acordo com o jogo terminando, sem nada mais para disputar. Iria até o fim, pela vontade de jogar poker em si.”







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