sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Float


O Float




por Felipe Koerich


O float (Flutuar em inglês) nada mais é do que uma jogada onde o objetivo principal do jogador é tentar vencer a mão blefando no Turn. Você pode realizar esta jogada estando em posição ou fora de posição, mas com certeza ela tem um índice de aproveitamento muito maior quando se está em posição, por isso iremos nos manter na linha de que estamos em posição.

A ideia é simples. O vilão dá um raise e você paga a aposta em posição com uma mão média já sabendo que, independente do que aparecer no flop, o seu adversário muito provavelmente irá fazer uma C-bet no flop. Isto se confirmando, e considerando que nós erramos totalmente o flop, você irá pagar a C-bet e torcer para que o seu adversário dê mesa no turn, assim, em posição você poderá fazer uma aposta esperando que ele fold.

O float é uma jogada exclusivamente de blefe, ela serve como uma espécie de plano B para a sua mão, inicialmente você pagou para acertar o flop é claro, com mãos do tipo, 78s, QT, KJ… Mas, errando o flop e, baseado na sua leitura, acreditando que o seu adversário também errou o flop você paga sem nada e espera ele dar mesa no turn, para apostar um bom valor e levar o pote.

Agora alguns fatores são muito importantes para tornar essa jogada lucrativa:

a) Análise do Flop: é muito importante saber ler o flop, um flop com cartas baixas é mais provável que o seu adversário não tenha acertado nada.

b) Escolha de oponente: O perfil ideal do adversário nesta situação é aquele jogador que não é um maníaco insano que nunca dê mesa no turn e nem aquele jogador tight que só dá c-bet no flop quando acerte. Escolha quem dá o c-bet no flop um número grande de vezes. Por exemplo, um jogador que faz a aposta de continuação em 100% dos flops está mentindo em 70% deles, tendo em vista que ele acerta o flop apenas 30% das vezes. Por outro lado, um jogador que dá a c-bet em 50% das vezes, deve estar falando a verdade na grande maioria das vezes.

c) Sua imagem na mesa: ter uma imagem sólida para que o oponente respeite seu bet no turn. (ainda escreveremos um artigo sobre como construir a sua imagem num torneio com desconhecidos).

d) Padrões dos oponentes: nos torneios ao vivo também ajuda observar as reações dos oponentes. Ex: a quantidade de fichas que o adversário aposta quando acerta é maior do que quando blefa, ou vice versa, a forma como ele coloca as fichas na mesa ao apostar, e os raises nominais em valor, e raises impessoais em blefe, ou vice versa, etc.

e) Tamanho dos Stacks: não se esqueça de olhar o tamanho do seu stack e do seu adversário antes de realizar este tipo de jogada, é importante que ambos tenham stacks confortáveis. A partir da metade e o final dos torneios normalmente não se tem mais espaço para o Float, pois com os stacks curtos o c-bet no flop pode deixar você comprometido com o pote, e nunca é bom estar comprometido com o pote quando se está blefando.

Agora que conhecemos o Float, já temos uma grande desculpa quando um adversário nos xingar por termos pago a sua aposta no flop e ter acertado a broca da sequencia no turn. Nós estávamos fazendo o float amigo.

Fonte: Poker de Quinta




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