terça-feira, 4 de setembro de 2018

O Poker na Opinião de um Juiz


“Poker é jogo de matemática e psicologia”, diz juiz do interior de São Paulo




Por Gabriel Grilo


Mais uma vez, a justiça precisou dizer o que os amantes do poker já sabem há tempos: que o poker não é um jogo de azar, mas sim de habilidade. A decisão foi do juiz Victor Garms Gonçalves, da 1ª Vara de Palmital (SP).

Um homem da cidade foi acusado de explorar jogos de azar por organizar torneios de poker. No entanto, o advogado Luiz Ronaldo da Silva utilizou um parecer do perito Ricardo Molina para defender que a habilidade é o principal fator do jogo.

Um trecho do parecer de Molina diz: “Trata-se de um jogo de habilidade, pois ficou constatado que a habilidade do jogador que participa desta modalidade de jogo, depende da memorização, das características (número e cor) das figuras apresentadas, no decorrer do jogo e do conhecimento das regras e estratégias em função desses fatores, sendo porém, resultado final desta modalidade de jogo aleatório”.

O argumento foi aceito pelo juiz, que absolveu o acusado. Confira um trecho da decisão: “No pôquer, o valor real ou fictício das cartas depende da habilidade do jogador, especialmente como observador do comportamento do adversário, às vezes bastante sofisticado, extraindo dai informações que o levam a concluir se ele está ou não blefando. Por sua vez, esses adversários podem estar adotando certos padrões de comportamento de forma ardilosa, também para blefar. Por exemplo, estando bem, mostra-se inseguro, a fim de o adversário aumentar a aposta, ou estando mal, mostra-se seguro, para que o adversário desista. Em suma, é um jogo de matemática e psicologia comportamental.”

A decisão pode não ser novidade, já que em vários outros casos juízes chegaram à mesma conclusão. Ainda assim, importante ver que esse entendimento sobre o jogo ganha mais força e jurisprudência a cada dia.




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